Clóvis Rosa, Presidente do Conselho de Administração da TAAG - «A TAAG é um pilar simbólico da identidade nacional e um agente concreto de desenvolvimento.»
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Num ano em que Angola celebra meio século de independência, a TAAG reafirma-se como peça-chave na coesão nacional e na projeção internacional do país, vivendo uma fase de viragem que combina modernização, expansão e um renovado compromisso com o desenvolvimento de Angola. Clóvis Rosa, Presidente do Conselho de Administração, fala à Villas&Golfe sobre esta fase de transformação, marcada pela modernização da frota, a expansão para o novo aeroporto e uma visão estratégica que coloca a companhia no centro do desenvolvimento económico e social.
Como descreve o papel da TAAG nestes 59 anos de história, no contexto dos 50 anos da independência de Angola?
A TAAG é um pilar simbólico da identidade nacional e um agente concreto de desenvolvimento. Ao longo de quase seis décadas, tem sido o elo entre gerações e territórios, unindo Angola de Cabinda ao Cunene e ligando o país ao mundo. Sendo uma companhia aérea, a TAAG é, em simultâneo, um instrumento de soberania e de coesão territorial, que acompanhou a construção do Estado e a consolidação da independência.
Em 2025, ano em que celebramos 59 anos de história e os 50 anos da independência de Angola, a companhia vive um momento de viragem, marcado por conquistas decisivas, modernização, expansão internacional e um compromisso renovado com a excelência e o progresso nacional.
«Desde a independência, a TAAG esteve presente em todos os momentos determinantes da vida do país.»
Quais foram os momentos mais marcantes da TAAG no apoio ao desenvolvimento nacional desde 1975?
Desde a independência, a TAAG esteve presente em todos os momentos determinantes da vida do país. Garantiu mobilidade durante períodos difíceis, assegurou a ligação entre províncias e foi essencial na reconstrução do tecido económico e social. Hoje, mantém essa missão, com rotas que unem comunidades e impulsionam o crescimento regional. Entre os marcos recentes, destaco a transferência das nossas operações para o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, que inaugura uma era de maior eficiência e competitividade, posicionando Angola como futuro hub aéreo de referência em África. É um passo histórico, que simboliza a maturidade e a visão de futuro da aviação angolana e que a habilita a contribuir cada vez mais para a dinamização do turismo interno e do turismo externo.

Que importância teve a companhia na integração territorial e na mobilidade dos angolanos ao longo destas décadas?
A TAAG foi, e continua a ser, a principal ponte aérea entre as províncias. Cada voo doméstico é um acto de inclusão e de compromisso nacional. Ao garantir ligações regulares de norte a sul, de Cabinda ao Cunene, a companhia não apenas assegura a mobilidade de pessoas e bens, mas também promove a integração económica, social e cultural. Num país de dimensões continentais, a TAAG é a espinha dorsal da conectividade nacional e desempenha um papel essencial na descentralização do desenvolvimento.
Como avalia a contribuição da TAAG para o turismo e para a projecção internacional de Angola?
O turismo é um dos sectores estratégicos para a diversificação económica e a TAAG é um dos principais facilitadores. As nossas rotas internacionais ampliadas em 2025 fortalecem as conexões entre Angola e outros destinos africanos, promovendo o fluxo de visitantes e de investimento. A companhia tem contribuído para a projecção de Angola como destino emergente e autêntico, oferecendo uma experiência de viagem que reflecte hospitalidade, modernidade e sustentabilidade. Cada passageiro que viaja connosco leva consigo um pouco da essência angolana, o calor humano, o profissionalismo e orgulho nacional.
Que desafios maiores a companhia enfrentou no passado e que lições ficaram para o presente?
A TAAG enfrentou restrições económicas, transformações de mercado e exigências tecnológicas cada vez mais elevadas. Mas cada desafio consolidou a sua resiliência e a sua capacidade de adaptação. Hoje, as lições estão incorporadas na nossa estratégia: uma governação mais sólida, operações mais eficientes, parcerias internacionais robustas e um investimento estruturado em talento nacional. A sustentabilidade, entendida em todas as suas dimensões – económica, ambiental e social –, é a base sobre a qual a TAAG está a construir o seu futuro.
«Cada passageiro que viaja connosco leva consigo um pouco da essência angolana, o calor humano, o profissionalismo e orgulho nacional.»
No actual contexto, quais são as prioridades da TAAG para responder às exigências da economia e do mercado global?
As nossas prioridades assentam em três eixos: modernização, eficiência e sustentabilidade. Em 2025, concretizámos avanços significativos: a transferência para o novo aeroporto, a implementação de um plano de reestruturação com a Lufthansa Consulting, e a criação da Menzies Aviation Angola, uma parceria estratégica entre a TAAG, a MenziesAviation e a Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA).
Estes passos reforçam a credibilidade institucional da companhia e elevam os padrões de qualidade, segurança e profissionalismo no sector. O objectivo é claro: termos uma TAAG moderna, rentável e com uma visão internacional alinhada com as melhores práticas da aviação global.

Que papel terá o novo aeroporto de Luanda na afirmação da TAAG como hub regional e internacional?
O Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto é a infra-estrutura que vai permitir à TAAG expandir o seu potencial estratégico. Este aeroporto é o epicentro de uma nova ambição. Com maior capacidade, tecnologia avançada e eficiência energética, o AIAAN posiciona Luanda como ponto de convergência de rotas africanas e intercontinentais. Para a TAAG, representa a base ideal para o crescimento sustentado, a captação de novos mercados e a afirmação como hub regional de excelência.
A modernização da frota e dos serviços já é visível. Que impacto espera em termos de eficiência, qualidade e competitividade?
A modernização da frota é uma prioridade que traduz a nossa visão de futuro. Aeronaves mais eficientes significam menos emissões, menor consumo e maior fiabilidade operacional. Mas este processo vai para além da tecnologia. Envolve também a digitalização de processos, a melhoria da experiência do cliente e a valorização dos nossos colaboradores. A TAAG está a investir numa operação mais ecológica e inteligente, alinhada com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. O resultado que almejamos e que estamos a construir é o de termos cada vez mais uma companhia competitiva, sustentável e preparada para os desafios de um mercado cada vez mais exigente.
Como a TAAG se posiciona para apoiar o crescimento económico de Angola nos próximos 10 a 20 anos?
A TAAG é um motor do crescimento nacional. O transporte aéreo é vital para o turismo, o comércio, o investimento e a circulação de conhecimento.
Ao expandir a sua rede, reforçar a carga aérea e investir na capacitação de quadros nacionais – através de programas como o AbInitio- Pilotos Cadetes e o Programa de Formação de Técnicos de Manutenção de Aeronaves –, a companhia está a preparar o futuro da aviação angolana e a contribuir activamente para a criação de emprego e para a diversificação económica do país. A TAAG acredita que o desenvolvimento de Angola também se mede pela capacidade de formar, reter e valorizar o talento nacional.
Que mensagem gostaria de deixar aos angolanos sobre a TAAG como símbolo nacional e motor de desenvolvimento, neste marco dos 50 anos da independência?
A TAAG é um reflexo do que Angola representa: resiliência, ambição, capacidade de sonhar e de fazer acontecer. Neste ano de celebração dos 50 anos da independência, reafirmamos o nosso compromisso com o país e com todos os angolanos que confiam em nós. Continuaremos a transportar com orgulho as cores de Angola, a modernizar-nos com responsabilidade e a projectar o nome do país com dignidade e excelência.
A TAAG é muito mais do que um símbolo nacional. É um agente de futuro. E o futuro da TAAG é o futuro de Angola a voar mais alto.
«A TAAG acredita que o desenvolvimento de Angola também se mede pela capacidade de formar, reter e valorizar o talento nacional.»