Leonor Simões Ferreira - Angola: os Girassóis do Futuro
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Leonor Simões Ferreira, Advogada e Consultora Jurídica no Agronegócio
Angola: os Girassóis do Futuro
O girassol, planta originária da América do Sul, adapta-se bem aos solos angolanos devido à sua resistência a pragas e tolerância hídrica. Com crescimento rápido e ciclo de colheita entre 3 a 4 meses, permite rotação com culturas como milho e soja, melhorando a fertilidade dos solos e oferecendo retorno financeiro rápido aos agricultores.
Além do seu papel ornamental e paisagístico, o girassol contribui para a apicultura, produção de mel e, sobretudo, para a extração de óleo vegetal. As suas sementes, ricas em proteína e gorduras saudáveis, têm aplicação na alimentação humana e animal. Recentemente, o seu potencial bioenergético impulsionou a expansão do cultivo em Angola, reforçando o seu valor comercial e sustentável.
Actualmente, grandes plantações florescem em províncias como Malanje, Cuanza-Norte e Bié. Agricultores locais, atentos a novos desafios e oportunidades, abraçaram esta cultura transformando paisagens e gerando novas dinâmicas socioeconómicas nos campos.
O cultivo do girassol integra-se na transição energética, contribuindo para a produção de biocombustíveis e de ração a partir da biomassa resultante. Este ciclo sustentável impulsiona a agropecuária e fortalece a segurança alimentar nacional.
A recente visita ao Resort Terras de Koló e o seu campo de girassóis, em Malanje, revelou o seu enorme potencial turístico, que pode ser maximizado. Esses campos com paisagens idílicas, aliados a experiências gastronómicas com frutas tropicais e ecoturismo podem tornar-se destinos de ecoturismo muito interessantes, amplificando a geração de riqueza.
Hoje, o girassol representa um símbolo de resiliência, esperança e de um futuro mais sustentável e equilibrado para Angola.