Palácio Nacional e Jardins de Queluz - A sofisticada morada da corte num cenário de sonho

Palácio Nacional e Jardins de Queluz - A sofisticada morada da corte num cenário de sonho

Tão próximo de Lisboa quanto de Sintra, ergue-se o Palácio Nacional de Queluz, a luxuosa morada da corte que une a imponência barroca, os detalhes refinados do estilo rococó e o rigor clássico de neoclassicismo. Nesta residência, o destino de Portugal entrelaçou-se com o esplendor da arte e da natureza, e ainda hoje é encantadora a imponência e exuberância dos seus detalhes arquitetónicos. 


A história deste palácio remonta a 1654, quando D. João IV instituiu a Casa do Infantado e doou o terreno da Casa de Campo ao infante D. Pedro, futuro rei Pedro II. Mas foi entre 1747 e 1760 que, sob o impulso do arquiteto Mateus de Vicente de Oliveira, e mais tarde, de Jean-Baptiste Robillion, o «Paço Velho” se transformou numa verdadeira jóia real, com salas únicas como a Sala do Trono ou a Sala dos Embaixadores, espaços extraordinariamente belos que, se por aqui passar, não deve abdicar de visitar.

Nesta residência, o destino de Portugal entrelaçou-se com o esplendor da arte e da natureza, e ainda hoje é encantadora a imponência e exuberância dos seus detalhes arquitetónicos.

Ao longo da sua história, o Palácio Nacional viu a corte festejar: entre serenatas, caçadas, bailes de máscaras e fogo de artifício, foram inúmeras as celebrações que fizeram vibrarcada recanto palaciano. Após o incêndio da Real Barraca da Ajuda, em 1794, o palácio tornou-se residência principal da rainha D. Maria I, da família real, e mais tarde, palco de dramas e exílios: em 1807, um dia antes da entrada das tropas napoleónicas, D. João VI parte para o Brasil, deixando uma corte em Queluz estatizada pelo tempo. Foi ainda naquele famoso «quarto do Quixote» que D. Pedro IV veio a falecer.


Classificado como Monumento Nacional em 1910, Queluz foi reconquistando a glória ao longo do século XX e XXI. De 1940 até 2004, o Pavilhão D. Maria I recebeu chefes de Estado estrangeiros em visita oficial. Desde 2012, a gestão da Parques de Sintra empreendeu restauros que devolveram ao palácio a sua cor azul original e executou um projeto de recuperação do Jardim Botânico que venceu dois Prémios Europa Nostra, em 2018.
Hoje, os vastos jardins formalistas que se desdobram à porta do palácio compõem-se em cenários de prazer visual e simbólico. Lagos, canais, cascatas, recantos abrigados e o famoso canal das gôndolas transportam-nos ao universo das cortes europeias, entre bailes ao ar livre, música, chapéus emplumados e salões iluminados.

Desde 1940, o Pavilhão D. Maria I recebe chefes de Estado estrangeiros em visita oficial.

Mas o encanto estende-se às estátuas que pontuam os caminhos — verdadeiras narrativas em mármore e chumbo. Cada escultura repete mitos antigos que falam de amor, perda, poder e regeneração, lembrados nas estátuas de Vénus e Adónis, Vertumno e Pomona, Baco e Ariadne ou Marte e Minerva.


Passear pelos jardins de Queluz é viajar por esses mitos, entre sombras de árvores esculpidas e água burilada no brilho das fontes; é entrar no imaginário clássico de elegância, lúdico e simbólico, num diálogo íntimo entre arte e natureza, passado e presente.
No seu conjunto, este recanto real — fundido na história monárquica, adornado pela arte e preservado para o futuro — é, talvez, a síntese perfeita da celebração de beleza e património e uma experiência de elite, refinada e atemporal.

Passear pelos jardins de Queluz é[…]entrar no imaginário clássico de elegância, lúdico e simbólico, num diálogo íntimo entre […] passado e presente.

Texto: Carla Martins
Fotos: Direitos Reservados

Voltar para o blogue