
Quinta das Lágrimas - Onde o tempo abranda e o amor permanece
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Em Coimbra, entre a serenidade do Mondego e o eco dos amores imortais, vive um lugar onde a história se funde com o presente, onde a natureza respira fundo e o luxo sabe esperar. A Quinta das Lágrimas é mais do que um hotel de cinco estrelas – é um símbolo da alma portuguesa, um santuário de beleza, memória e contemplação. Hoje, na era do slow living, revela-se como um destino onde a arte de bem viver ganha forma e sentido.
«A Quinta das Lágrimas é mais do que um hotel de cinco estrelas – é um símbolo da alma portuguesa […].»
A história começa no século XIV, nos bastidores da corte, quando o príncipe D. Pedro e a aia galega D. Inês de Castro desafiaram as convenções e viveram um amor que ainda hoje comove. Conta-se que foi nos jardins da Quinta das Lágrimas que Inês chorou pela última vez antes de ser assassinada por ordem do rei D. Afonso IV. As lágrimas que chorou teriam dado origem à Fonte das Lágrimas, onde se vislumbram ainda hoje manchas avermelhadas na pedra. Entre a lenda e a poesia, este lugar tornou-se eterno.
Mas a Quinta é muito mais do que o cenário de uma tragédia romântica. É também um palácio do século XVIII transformado num hotel de charme, membro da prestigiada cadeia Small Luxury Hotels of the World, rodeado de 12 hectares de jardins históricos. Aqui, cada espaço evoca a elegância do passado com conforto moderno. Os 55 quartos estão divididos por três alas distintas: os quartos do Palácio, com o charme e romantismo do passado, oferecem uma estadia na própria história; os quartos do Jardim respiram a frescura do jardim botânico e têm vista para o cenário onde floresceu o amor de Pedro e Inês; e os quartos do Spa, de design moderno, abrem-se sobre as matas e as colinas de Coimbra, oferecendo um retiro de bem-estar absoluto.
A alma da Quinta está nos seus jardins - um verdadeiro museu botânico a céu aberto. Há relvados que acolhem pássaros, bosques de bambus, árvores centenárias e espécies raras como as sequoias de Wellington, plantadas após a visita do duque homónimo. O jardim medieval, a horta biológica e o romântico lago cruzam-se com a Fonte dos Amores, onde, segundo a tradição, Pedro deixava mensagens para Inês flutuarem até ela. No coração da mata ergue-se o Anfiteatro Colina de Camões, projeto paisagístico premiado que acolhe eventos culturais, música e silêncio.
Entre estas árvores centenárias, destaca-se agora a Figueira dos Amores, vencedora do concurso nacional da Árvore do Ano 2025 e distinguida com o segundo lugar a nível europeu. Com cerca de 150 anos, 35 metros de altura e uma copa com diâmetro de 40 metros, esta figueira australiana foi plantada no século XIX por um colecionador aristocrata, na sequência de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sydney. A sua imponência - junto à Fonte dos Amores - faz dela um símbolo vivo da ligação entre natureza, cultura e emoção, e reforça a Quinta das Lágrimas como guardiã de um património que não se vê apenas: sente-se.
A arte de bem viver também se saboreia. O restaurante Arcadas, espaço de fine dining distinguido pela La Liste como um dos 500 melhores do mundo, celebra os produtos locais com sofisticação e criatividade. Para momentos mais descontraídos, o Gastrobar e o Pedro & Inês oferecem alternativas contemporâneas. Tudo com um serviço onde cada gesto é pensado com atenção e cuidado.
«Entre a lenda e a poesia, este lugar tornou-se eterno.»
A sustentabilidade é outro pilar da nova vida da Quinta. O hotel recebeu a certificação Biosphere Sustainable, assumindo o compromisso com práticas ecológicas, responsabilidade social e valorização da comunidade local. Aqui, o luxo não é excessivo - é consciente.
A poucos passos do centro medieval de Coimbra - cidade-mãe da universidade, do fado e dos poetas - a Quinta das Lágrimas continua a atrair viajantes, sonhadores e amantes da história. A cada visita, um reencontro com o tempo. Com o silêncio. Com a beleza.
Afinal, é isso o verdadeiro luxo: ter tempo para sentir.
Texto: Direitos Reservados
Fotos: Quinta das Lágrimas