
António Rebelo de Sousa - Economista
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Habitação: De uma Nova Concepção
Professor Durante muitos anos considerou-se que o sector da Construção, incluindo nele a Habitação, pertencia ao Sector de Bens Não Transaccionáveis ou de Economia Doméstica, não correspondendo a um sector estratégico, ao contrário do Sector de Bens Transaccionáveis, mais orientado para as exportações.
Todavia, nas últimas duas décadas, começou-se a desenvolver um conceito diferente de Habitação, em que o «foco», isto é, a essência do negócio, deixou de estar apenas concentrada na venda do bem imóvel ou no arrendamento do mesmo.
Passou-se a ter uma perspectiva integrada e integradora do negócio da Habitação, dando-se relevância ao conjunto de serviços prestados em torno da Habitação, desde a gestão do condomínio, aos mais diferentes serviços de manutenção, aos serviços de restauração, de limpeza, de obtenção de seguros, de decoração, de arrendamento aquando da ausência do proprietário , enfim, a uma gama diversificada de actividades que garantem boa qualidade de vida, sendo certo que, cada vez mais, quem se apresenta como responsável pela construção tem vantagem em manifestar capacidade de gestão nessas áreas complementares.
E tal compreende-se, porque o vendedor só tem a ganhar com o facto de associar a venda de um bom produto, isto é, de uma Habitação de qualidade à prestação de um conjunto de serviços que garantam um bom nível existencial a quem vai usufruir dessa mesma Habitação.
Deste modo, a tendência para o aparecimento de condomínios integrados geridos pela entidade construtora (ainda que por via indirecta), apresenta-se como uma fatalidade que só poderá contribuir para oferecer um maior nível de segurança ao comprador.
E, deste modo, com o incremento da procura de Habitação de qualidade e bem gerida não só por segmentos mais privilegiados da sociedade portuguesa, mas também por parte de novos residentes estrangeiros, passou a constatar-se uma tendência para a Habitação ser considerada como uma actividade pertencente ao Sector de Bens Transaccionáveis, com efeito dinamizador na economia nacional.
Nem mais, nem menos…