MDS e Saúde Mental – o combate necessário

Em 2017, ainda a palavra «pandemia» era algo bem arrumado no cacifo das histórias de ficção científica, a MDS conheceu a Encontrar+se, uma associação que tem como missão contribuir para a promoção da saúde mental e dar acesso às melhores práticas no tratamento da doença, assim como combater o estigma e a discriminação. Logo no primeiro contacto, achámos que este projeto também seria nosso, e trouxemos o tema Saúde Mental para a empresa, organizando ações internas de formação, nomeadamente sobre Primeiros Socorros na Doença Mental, dirigido à sensibilização das lideranças da empresa. Estas iniciativas têm tido um impacto importante, com vários colegas a partilharem abertamente as suas experiências e manifestando “alívio” por sentir que esses seus problemas eram compreendidos pela empresa.
Muitas ações têm vindo a ser desenvolvidas na MDS, entre elas: um regime de trabalho híbrido e flexível; uma parceria com a Team 24 que inclui o acesso a consultas de psicologia para os colaboradores e workshops de promoção e bem-estar; a prossecução de ações de primeiros socorros na saúde mental com a ASM e a existência, no Grupo, de um medical advisor, com permanente acompanhamento das situações dos colaboradores, em qualquer tipo de problema de saúde, física ou mental, ou ambas.
Em 2023 fomos desafiados para sermos sócios-fundadores da ASM –Aliança Portuguesa para Promoção da Saúde Mental no Local de Trabalho, que tem como missão contribuir para ultrapassar o silêncio e o estigma em torno da doença mental, para aumentar a literacia e a adoção de modelos de trabalho promotores da saúde mental. Em 2025, em particular, a MDS já subscreveu a Carta de Compromisso Tempo de Agir – dar voz à saúde mental no local de trabalho, que estabelece os objetivos com os quais os seus signatários se comprometem a fazer evoluir as suas organizações no sentido da criação de ambientes de trabalho promotores da saúde mental, bem-estar e desenvolvimento dos trabalhadores. 
É certo que permanece um longo caminho a percorrer. Os números são assustadores: segundo a Harvard Medical School, uma em cada duas pessoas vai desenvolver, até aos 75 anos, pelo menos uma doença mental.  Só em Portugal, segundo a OCDE, 1 em cada 2 trabalhadores teve uma doença mental em 2022, e somos o país com maior risco de burnout ocupacional. No entanto, vamos prosseguir neste caminho de demonstrar que a doença mental é uma doença como as outras, e, como tal, deve ser prevenida e tratada. E que o local de trabalho é fundamental nesse combate.

PAULA RIOS
EDITORA CHEFE FULLCOVER DO GRUPO MDS