«Cartier» no V&A Museum
A evolução da maison numa exposição histórica em Londres
Uma verdadeira galáxia de joalharia, para ver e conhecer entre 12 de abril e 16 de novembro deste ano, no V&A-Victoria and Albert Museum, em Londres. Num verdadeiro marco histórico, «Cartier» é a primeira grande exposição no Reino Unido sobre a marca em quase 30 anos e a entrada é quase exclusiva: o número de bilhetes posto à venda é bastante limitado.
No ilustre mundo da joalharia e da relojoaria, são poucos os nomes que conseguem destacar-se mais do que o da Cartier. Com mais de 350 peças únicas para mostrar, esta exposição apresenta a evolução da marca desde a entrada no século XX, explorando como a maison – com as suas pequenas caixas vermelhas caraterísticas – se tornou sinónimo de glamour no mundo dos relógios e da joalharia. Fundada em 1847 por Louis-François Cartier, a marca foi imediatamente popular junto da alta sociedade. A Princesa Mathilde, prima de Napoleão, comprou a sua primeira peça em 1856, promovendo a Cartier junto da elite, e em 1900 o fenómeno foi global, com lojas a surgir em Paris, Londres e Nova Iorque.
As suas vendas a reis e rainhas ao longo dos anos integram a história em que os amantes da joalharia podem mergulhar nesta exposição, bem como as marcantes aparições no cinema, na música e na moda. Entre os artigos de maior destaque no V&A incluem-se o broche Williamson Diamond, encomendado pela Rainha Isabel II em 1953 e a Tiara Scroll, encomendada em 1902 e usada na coroação de Isabel II e mais tarde por Rihanna, na capa da revista W, em 2016. Em exposição estará também um broche de rosa usado pela Princesa Margarida, juntamente com o anel de noivado de Grace Kelly e muitas outras jóias preciosas e objetos de destaque.
Entre as atrações, uma exposição incomparável da famosa coleção «Tutti Frutti», que homenageia pedras preciosas raras e coloridas e que inclui o bandeau Mountbatten feito pela Cartier London em 1928, comprado por Edwina, Lady Mountbatten. Marcante é também o colar de propriedade da herdeira americana Barbara Hutton, feito com uma das melhores coleções de contas de jade existentes, que também poderá ver de perto.
A exposição conta ainda com uma exibição espetacular de tiaras brilhantes, símbolo de status definitivo para os ricos e representante da mais alta expressão da imaginação criativa e das proezas técnicas de um joalheiro. A nunca antes exibida Opal Tiara, encomendada por Mary Cavendish, a Marquesa de Hartington em 1937, é um objeto fascinante.
Com curadoria de Helen Molesworth e da ex-jornalista da Vogue Rachel Garrahan, a retroespetiva de Cartier no V&A é um evento único e imperdível.
TEXTO CARLA MARTINS | FOTOGRAFIA DIREITOS RESERVADOS