José Ribau Esteves - Presidente da Câmara de Aveiro

José Ribau Esteves - Presidente da Câmara de Aveiro

"CONHECEMOS AVEIRO POR SER A VENEZA DE PORTUGAL, MAS AGORA É VENEZA QUE É CONHECIDA COMO A AVEIRO DE ITÁLIA"

É Presidente da Câmara Municipal de Aveiro há mais de dez anos e vive agora o último mandato. Do percurso, José Ribau Esteves leva consigo um exercício de total reestruturação municipal e a certeza de que Aveiro é hoje, como nunca, um destino obrigatório para descobrir e redescobrir. No vislumbre do futuro está a disponibilidade para viver novos desafios.

Nasceu em Luanda e chegou a Portugal em 1974, um ano marcante na história do país. Fale-nos um pouco deste acontecimento na sua vida.

Sou português nascido em Angola, não tenho dupla nacionalidade. Apenas nasci num território a que antigamente se chamava território ultramarino. Como eu costumo dizer, a minha vida é cheia de terras. Nasci em Luanda, sou filho de uma mãe de Ílhavo e de um pai do Sabugal e sou Presidente da Câmara de Aveiro... Nós somos da terra em que, circunstancialmente, a vida nos coloca.

 

É formado em Engenharia Zootécnica, que não é uma área de formação muito comum na classe política. Como surgiu a vocação para governar?

A zootecnia aparece na minha vida de uma forma muito inopinada, mas foi sempre uma área que me interessou. Trabalhei oito anos numa grande multinacional americana de alimentos compostos para animais, mas, depois, a política tirou-me dessa carreira. Quem me leva para a política é a senhora minha mãe, que era autarca desde o início da primeira eleição e foi presidente de junta durante 11 anos. A maior parte das reuniões eram à noite, eu era o rapaz mais velho dos cinco irmãos e, portanto, calhava ao rapaz mais velho ir acompanhar a mamã. Nessa ambiência, fui apanhando o gosto e interessando-me. Pouco tempo depois de me fazer militante, aos 18 anos, fui fundador da JSD e, a partir daí, as coisas foram acontecendo.

 

Mas ainda sente o gosto pela biologia no dia a dia?

Hoje em dia a palavra biologia já se usa pouco. Hoje é o ambiente, a natureza, e obviamente eu não concebo a gestão urbana de um município tão ambientalmente complexo como é Aveiro sem isso. Não concebo abordarmos o bem-estar do homem e o desenvolvimento urbano sem ser em harmonia com os valores naturais.

 

É Presidente da Câmara Municipal de Aveiro há mais de dez anos. Vivendo agora o último mandato, do que mais se orgulha?

No fundo, o exercício em Aveiro foi o de pegar numa câmara corrupta, com exagero na dívida e pôr isto em ordem. Eu costumo dizer que, destes 12 anos, os quatro primeiros foram para colocar ordem na câmara, reestruturá-la, em termos financeiros e em termos organizacionais. Depois, foram dois anos dificílimos, que foram os anos da pandemia. E, portanto, em plena condição de exercício, foram só seis. Mas o tempo permitiu fazermos essa recuperação institucional e colocarmos esta câmara a ter, hoje, níveis de investimento muito altos.

"TERIA MUITO GOSTO EM MANTER-ME EM FUNÇÕES POLÍTICAS"

 

 

TEXTO ANA MONTEIRO | FOTOGRAFIA ANA NOGUEIRA

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