Descentralizem - Paulo de Morais, Presidente da Frente Cívica

Descentralizem - Paulo de Morais, Presidente da Frente Cívica

O mais ocidental da Europa, Portugal é um país geográfica e fisicamente equilibrado em termos territoriais. Toda e qualquer localidade está ora perto do Atlântico, ora perto da Europa. Tem condições geográficas para que a população esteja devidamente distribuída por todo o território, o desenvolvimento seja harmonioso e a qualidade de vida generalizada. Mas a estrutura política e administrativa é centralista e impede o desenvolvimento.

Em Portugal, Parlamento, Escolas Militares, Banco de Portugal, Instituto de Estatística, PSP estão todos sedeados em Lisboa. Até a GNR, responsável pela segurança em áreas não urbanas, tem o Quartel-General no Largo do Carmo, bem no centro da capital. Exactamente ao contrário da Europa civilizada, onde os organismos centrais estão dispersos pelo território.  O Banco Central Alemão situa-se em Frankfurt, que não é capital. A Academia Militar de França tem sede na Bretanha e não em Paris. E por aí fora.
Este tipo de organização política e administrativa macrocéfala implica a concentração de dezenas de milhar de funcionários em Lisboa, com a correspondente degradação dos serviços públicos e da qualidade de vida de todos os habitantes. 
A simples deslocalização destes organismos mudaria a fisionomia do país, se a Academia Militar estivesse em Bragança ou Viana do Castelo, a Assembleia da República em Coimbra, o Banco de Portugal em Évora, Guarda ou Guimarães… e por aí fora.
Haveria oferta de emprego público de qualidade em todo o território. Esta deslocalização massiva obrigaria à alteração da morfologia de algumas das cidades de média dimensão. Seria indutor de novos investimentos privados. E, no seu conjunto, obrigariam à criação de infraestruturas de transportes e outros equipamentos.  Toda esta mudança traria maior qualidade de vida aos portugueses, aos de Lisboa e Porto, mas sobretudo aos portugueses que têm sido esquecidos e preteridos neste modelo vigente de centralismo doentio.

Paulo de Morais
Presidente da Frente Cívica

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