Autor de quatro best-sellers do New York Times, e documentarista de obras como Afterlife (Quase-Morte), The Lost Years, e Dali's Greatest Secret (O Segredo de Fátima de Dalí), Perry faz parte dos cavaleiros na Ordem de São Miguel da Ala (OSMA), a mais antiga ordem de cavalaria de Portugal. Sempre olhou o jornalismo como a profissão perfeita. Enquanto editor em algumas das mais prestigiadas revistas da América, no decorrer do seu percurso procurou o caminho das descobertas de grandes mistérios. «O mistério é o que torna o mundo excitante e a vida vale a pena ser vivida», salienta Perry.
O que o motivou a desenvolver o documentário Dali's Greatest Secret (O Segredo de Fátima de Dalí)?
Tenho o que eu chamo, em tom de brincadeira, «o gene da curiosidade», porque, sobretudo, nasci curioso. Um grande artista pode levar a sua mente para lugares que nunca teria ido sozinha. Foi assim que me senti quando vi o quadro A Visão do Inferno, de Dalí, pela primeira vez. Estava repleto de imagens que eu nunca teria concebido sozinho, imagens muito poderosas do próprio inferno e vários cenários de como lá chegar, tal como a guerra e o ódio, que conduzem à destruição da alma. Pude ter esse imaginário logo ao olhar para aquele magnífico quadro, mas quis saber por que é que Dalí usou tanto o poder da imaginação, num quadro para o qual foi contratado para pintar. Normalmente não faria tanto esforço num trabalho contratado como este. Mas algo tinha verdadeiramente acontecido na produção deste mesmo quadro. De repente, acreditava no inferno e isso fazia com que acreditasse também no céu. Quis saber o que tinha acontecido – por que se tinha transformado –, e foi nesse momento que decidi contar a história de Dalí e desse quadro.