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Diferentes formas de celebrar o Natal

Uma perspetiva cultural

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Está a chegar a época das luzes multicolores, das compras frenéticas, do espírito solidário e das melhores receitas de culinária. Quando bate à porta a alegria, iluminando as casas de tons que variam entre o vermelho e o verde, sabemos que o Natal se aproxima. Mas, se por cá as nossas mesas se enchem do famoso e tradicional bacalhau e batatas cozidas regadas a azeite, ou do irresistível peru, como será noutros países? Haverá também a tradição de dar e receber prendas? E assistir em família ao filme «Sozinho em Casa»? A V&G viajou por quatro países e procurou saber como é o Natal em algumas culturas diferentes, trazendo até si algumas curiosidades.
Noruega: esconder as vassouras
Pode parecer estranho, mas na Noruega escondem-se as vassouras. Já com séculos de existência, a tradição dita que é necessário arranjar um sítio seguro para camuflá-las. Porquê? Antigamente, acreditava-se na existência de bruxas e espíritos malignos e, na véspera de Natal, dizia-se que apareciam em todas as casas para roubar as vassouras e voarem. À parte histórias assustadoras, o que não se esconde, e ainda bem, é o cardápio de Natal, que inclui doçarias como biscoitos gorokrumkaler ou berlinekrans. Para prato principal, costeletas de porco e bacalhau. Falta ressaltar as casas de pão de gengibre, feitas com o doce mais popular da época, o pepperkake, e o Pai Natal que, na verdade, tem outro nome na Noruega: Julenisse
Áustria: fugir do Krampus
Ainda que pareça Halloween, o Natal da Áustria conta com o aparecimento de uma criatura demoníaca, chamada Krampus. Diz-se que, para os malcomportados, o castigo aparece em forma de dois cornos, uma cara enrugada e uma expressão aterrorizadora. Na véspera de Natal, os jovens vestem-se de Krampus e vagueiam pelas ruas, amedrontando as crianças com correntes e sinos. Relativamente ao Pai Natal, denominado Weihnachtsmann, deve dizer-se que não é o único protagonista desta época – Christkind é uma outra figura importante, uma espécie de anjo, de cabelos douradas, que se encarrega de distribuir os presentes na noite de Natal. Outro facto é que a Áustria não utiliza árvores artificias para fins natalícios e, pelas ruas, são muitas as lojas que se destinam à venda de pinheiros naturais. 

7 de janeiro é o dia em que a Ucrânia celebra o Natal
Ucrânia: 13 dias de diferença
Sim, os ucranianos festejam o Natal. E não, não estão atrasados. 7 de janeiro é o dia em que a Ucrânia celebra o Natal, uma vez que o cristianismo ortodoxo se rege pelo calendário juliano, que conta com 13 dias de diferença. A ceia ocorre no dia 6 e, o mais impressionante, é que nela existe a tradição dos 12 pratos diferentes sobre a mesa, que representam os 12 apóstolos de Jesus Cristo. Já a comida típica varia entre sopa, bolinhas de massa, cogumelos, peixe e muitos biscoitos. Num lugar de honra, não pode ainda faltar o didukh. Trata-se de um ramo festivo de trigo, uma espécie de objeto conector entre os espíritos dos antepassados e os vivos. Consta-se ainda que a ceia só começa quando a primeira estrela cadente da noite for avistada e, aí sim, acende-se a vela, reza-se e sacia-se o apetite. A cerimónia do nascimento de Jesus é no dia seguinte e, ao contrário do que é comum, a troca de presentes só é feita no Réveillon. Os dias 7, 8 e 9 são feriados, reservando tempo para aquilo que a cultura ucraniana mais preza: a família. Só mais uma informação: a época natalícia acaba em perfeição quando se avista uma aranha na árvore de Natal. Estas criaturas são vistas como potenciadoras da sorte. Reza a lenda que quem as encontrar terá um ano repleto de riqueza. 

O Natal da Áustria conta com o aparecimento de uma criatura demoníaca, chamada Krampus
Finlândia: sem sauna, não há Natal
Grande parte das comemorações acontecem na véspera de Natal. Entre muitas cervejas e canções natalícias, o meio-dia chega, e é hora de assistir à proclamação da «Paz de Natal», realizada pelo secretário municipal da cidade de Turku. Trata-se de uma tradição que remonta à Idade Média, em que o sentimento de paz é recuperado na saudação natalícia dos nórdicos, a partir de um discurso que é transmitido pelos meios de comunicação. Segue-se a missa de Natal, que ocorre durante a tarde ou no início da noite e, claro, a principal refeição do dia: o pernil de porco com puré de rutabaga e cenoura. Mas o dia não acaba enquanto o finlandês não trocar umas melodias natalícias com a sauna. É um momento fulcral, que aviva o espírito de Natal. O final da noite é reservado às crianças, que recebem nas suas casas o adorado Pai Natal.
Podemos dizer-lhe que, aqui, o Natal é mágico. A neve cobre a Finlândia de um manto branco e o sol só aparece das 10h00 às 14h00, permitindo que as luzes natalícias se apoderem da paisagem, como se de milhões de pirilampos cintilantes se tratassem.
Joana Rebelo
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