Pelas ruas de Freixo de Espada à Cinta, os pedaços de
história e o património captam a nossa atenção. Depois, do cimo das montanhas, são as soberbas paisagens
avistadas dos miradouros que tomam conta da nossa alma. Visitar este que é um
dos concelhos mais longínquos do país, olhar Espanha de frente, observar o
serpentear das águas do Douro, avistar os grifos e as águias-reais é o mesmo
que ficar preso à História de um povo. Tem tanto para nos regalar. Tanto para
descobrir. Nesta pequena Vila do interior, o que de melhor encontramos são as
gentes da terra, a sua simpatia e o bem receber.
Em
redor, percorremos a terra, como se de um passeio estreito se tratasse, e
visitámos esta Vila manuelina de Portugal. Passámos ao lado da Torre do Galo,
vimos a torre de menagem e caminhámos rua acima até ao Museu da Seda e do Território,
um lugar de paragem obrigatória, dedicado à história da tradição da seda, com
as artesãs a trabalhar ao vivo. Pois é dos casulos que saem os fios de seda e
se produzem belos tecidos.
Há
ainda um espaço que merece atenção: o Museu
Regional Casa Junqueiro, na Rua
de São Francisco n.º 7, que retrata a vivência social da vida do poeta Guerra Junqueiro, que nesta
terra nasceu em 1850. Do espólio fazem parte objetos do início do século XIX. A
casa pertenceu a Junqueiro Velho – pai do poeta. Mas a casa onde nasceu o
poeta, na Rua das Flores, também pode ser visitada, para que se perceba mais
detalhadamente a sua biografia, que está exposta em painéis.
Por
fim, com vistas deslumbrantes sobre o Douro, na praia fluvial da Congida, aventurámo-nos num
passeio de barco pelo Douro Internacional, que nos mostra os últimos encantos
deste pequeno paraíso. A praia está situada na albufeira formada pela Barragem
de Saucelle e é composta por amplos jardins relvados, local onde o descanso,
num final de tarde, nas encostas do rio, com uma vista panorâmica, fazem
qualquer um render-se à pequena Vila de Freixo de Espada à Cinta.
Freixo de Espada à Cinta
Pedaços de História
A origem do nome está por descobrir. Vivem lendas que
ficaram no tempo e no espaço, e não têm uma origem certa. Esta é uma delas. Não
sabemos se foi um fidalgo apelidado de «feijão» que fundou a Vila; se foi o
visigodo chamado de «espadaacinta»; ou se foi o Rei D. Dinis que, de passagem
por esta terra, descansou à sombra de um freixo. Tantas outras lendas nos
ficaram no ouvido. Tantas que nos fazem ter vontade de voltar sempre a Freixo de Espada à Cinta, terra natal
do poeta Guerra Junqueiro, e continuar a descoberta. É que, por cá, o que não
falta são encantos paisagísticos, culturais, gastronómicos e muitas histórias
para lembrar.