Iniciamos
a nossa expedição com o Museu Internacional de Escultura
Contemporânea de Santo Tirso, que teve origem numa proposta do escultor Alberto
Carneiro ao município de Santo Tirso, em 1990, para a realização de um conjunto
de simpósios de escultura no qual estivessem subjacentes temáticas ligadas à
arte contemporânea. Após
a realização de quatro simpósios, a Câmara Municipal aprovou, em 1996, a
criação do Museu. Perante a necessidade de intervir no Museu Municipal Abade Pedrosa, instalado no Mosteiro de Santo
Tirso, e precisando ainda de construir o novo Museu, a Câmara decidiu
encomendar estes projetos aos arquitetos Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza
Vieira, concentrando-os no mesmo local. A intervenção centrou-se na recuperação da
essência do mosteiro e do seu contexto e na construção de um corpo novo, ambos
acessíveis pelo mesmo átrio. O MIECST é hoje uma referência no panorama
artístico internacional e inclui 55 esculturas de artistas de renome nacional e
internacional nos espaços públicos e jardins da cidade.
Descobrimos
a Fábrica de Santo Thyrso fundada em
1898 e encerrada em 1990. Tendo sido uma das mais emblemáticas fábricas têxteis
do Vale do Ave, assumiu-se como um símbolo do progresso, motor do crescimento
económico e promotor de importantes transformações sociais. Localizada na margem
esquerda do Rio Ave, a fábrica constitui uma referência incontornável na
memória coletiva de Santo Tirso. Quando, em 1992, a autarquia decidiu avançar com
um Plano de Urbanização das Margens do Ave, a Fábrica de Santo Thyrso foi
inserida no projeto. Hoje em dia, é um Quarteirão Cultural e Criativo,
revitalizado, onde, para além de duas incubadoras, fomentando, desta forma, a
criação de novas indústrias e sinergias, tem uma vertente comercial, inovadora,
dinâmica. Honrando e enaltecendo a memória do seu passado, tem uma visão de
futuro.
Com
mais de 150 hectares e localizado em Água Longa, Vale Pisão-Nature Resort é um complexo residencial de luxo cuja
grande atração é o campo de golfe. O Empreendimento começou a ganhar forma em
1999, embora só dez anos depois se tenha aberto oficialmente o campo de golfe.
O campo de golfe é
composto por 9 buracos com diferentes graus de dificuldade, complementado por
uma academia, com todas as condições para a prática deste desporto. O layout do campo segue a estética natural
da área geográfica, encaixando-se na paisagem natural do vale e aproveitando as
encostas, vegetação e linhas de água. Assim, é possível ter um jogo variado e
equilibrado com desafios interessantes.
A
vegetação arbórea opulenta do Parque D.
Maria II, situado no coração da cidade, constitui um espaço privilegiado de
fruição com um ritmo de utilização diário. Consciente desta importância, a Câmara Municipal
encetou em 1998 um projeto de revitalização deste espaço. Para além das obras
de infraestruturação, foram criadas novas zonas, recuperados o lago e o coreto.
O Parque Infantil foi completamente remodelado. Paralelamente a Câmara
Municipal avançou com as obras de beneficiação da Casa de Chá, um projeto de
1940. O
Parque D. Maria II foi reaberto ao público em 2001 e, desde essa data, tem sido
palco de eventos e festividades. Também em 2001 foi inaugurado um painel de
água que liga o Parque aos Jardins Adjacentes.
Por
fim, foi na centenária Confeitaria Moura, no centro de Santo Tirso, que se
fabricaram os primeiros pastéis Jesuítas
em Portugal. Mais de cem anos depois, a família continua a seguir a receita
deixada por um pasteleiro espanhol que terá trabalhado num convento de Jesuítas
na zona de Bilbao. Embora se comercializem em todo o território nacional, os
tradicionais e verdadeiros jesuítas, cuja receita está fechada a sete chaves,
são mesmo os de Santo Tirso, um dos símbolos e ex-libris da cidade.
É
provavelmente a cidade portuguesa com mais obras de arte no espaço público, mas
os encantos de Santo Tirso não se esgotam na sua próspera atividade cultural.
Este concelho verde, que tem o Ave como horizonte, soube preservar a memória do
passado. As tradições, as festas e romarias ainda estão bem vivas na alma das
suas gentes, assim como a rica gastronomia e os galardoados vinhos verdes
arrebatam autóctones e visitantes. A indústria têxtil não tem o vigor de
outrora, mas Santo Tirso reinventou-se, inovou, fez-se presente, com os olhos
postos no futuro.