Ilha da Madeira

A aventura da presente edição é feita de mochila às costas, na costa rendilhada da ilha afortunada. Por Madeira é conhecida, aquela que atrai turistas todo o ano. Culpem-se os trilhos ladeirentos, as cascatas refrescantes, os túneis vultuosos, os miradouros suspensos, e os pratos e copos servidos ao balcão. Entrando neste paraíso traçado de rural e agrícola, jamais se quererá sair. A contragosto, a V&G regressará ao continente, para contar como foi a experiência na capital do arquipélago da Madeira. 
No Funchal se aterra com o intuito de permanecer por dois dias. Depois de acomodados num hotel no centro histórico, o tempo permite-nos deambular pelas ruelas estreitas. Quem as tradições da Madeira afirma conhecer saberá certamente do potencial do vinho, que em tempos agraciou as mesas dos Pais Fundadores dos Estados Unidos. A adega e Coleção Privada da Blandy’s parecem ser um bom ponto de partida para conhecer a história do Vinho Madeira, que teve origem na época dos Descobrimentos. Entre o processo de produção e as castas utilizadas, a visita guiada inclui provas de degustação. Com uma percentagem mínima de álcool no sangue, seguimos rumo ao Mercado dos Lavradores. A experiência sensorial começa logo após se passarem os portões. 

Montanhas ligadas por pontes e plantações de banana em cada recanto

As cores exóticas da fruta prendem o campo de visão e torna-se urgente provar o que guardam no interior. Tomate inglês, maracujá, pitaia, banana, papaia e pitanga são os frutos escolhidos para a prova, provenientes dos quatro cantos do mundo. Tiradas as teimas e alegradas as vistas, saímos do mercado e dirigimo-nos ao Teleférico do Funchal, que fica a quatro minutos a pé. O objetivo é subir até ao cume. À medida que a altitude se sente, vêm-se montanhas ligadas por pontes e plantações de banana em cada metro quadrado, e é uma questão de minutos até chegarmos a terra firme. A próxima paragem é o Monte Palace Madeira, o jardim do mundo. O resto do dia é passado lá, na contemplação das oliveiras milenares, plantas da floresta Laurissilva, espécies exóticas, jardins orientais e incontáveis obras de arte. Quando se dá conta, o sol já se está a pôr e a descida é feita nos tradicionais Carrinhos de Cesto da Madeira, uma aventura carismática a 30 km/h. De volta ao centro do Funchal, procuramos um restaurante cuja especialidade seja espetada madeirense, até sermos aconselhados por um transeunte a procurar mais no alto, onde a rede não chega. Guarda-se, por isso, a experiência para depois, já que a freguesia de Curral das Freiras, as casas típicas de Santana e as piscinas naturais de Porto Moniz são os destinos que nos esperam amanhã, localizados perto das tasquinhas locais. Enquanto isso, fiquemos pela pocha de maracujá, o bolo do caco e as lapas, enquanto se vê a cidade virar luz num vale rodeado de montanhas imponentes. Amanhã é um novo dia na ilha das quatro estações.