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Uma gastronomia de memórias

DOC, DOP e Casa de Chá da Boa Nova(by Rui Paula)

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Em nome das raízes e dos sabores, o chef Rui Paula serve-se da memória para alimentar os seus três restaurantes de assinatura: DOC, DOP e Casa de Chá da Boa Nova. Tudo começou na casa de lavoura dos avós, em Favaios, onde os potes de ferro apuravam as sopas e os cozidos. Desde graúdo viveu rodeado de ovos caseiros e daquilo que da terra brotava, pelo que o ambiente e a observação foram impulsionando o seu desejo de execução. Décadas mais tardesão as duas estrelas Michelin, as distinções honrosas ea experiência que o tornam referência no país e arredores. 
Conhecer a essência de Rui Paula é partir à descoberta dos seus três espaços localizados no Norte do Portugal, como que fragmentos da alma do chef. A viagem gustativa começa no DOC, o restaurante debruçado sobre o rio Douro. Funcionando como uma janela para os socalcos vinhateiros e para as aldeias ribeirinhas, é conhecido pelo posicionamento premium e pelos sabores locais com um twist moderno, em que texturas, gostos e aromas são exponenciados a um nível profundo. Prolongando-se por um deck de madeira sobre o rio, o DOC integra uma estrutura fluvial com dois cais e uma garrafeira. Desde peixes e mariscos frescos da costa às carnes mais tradicionais, explore a essência do Douro regada com vinhos de referência. 

Já descendo o rio no sentido oeste conhece-se o DOP, no centro do Porto. Falamos de uma cozinha de inspiração transmontano-duriense, onde o tradicional e o contemporâneo se unem, mais uma vez, numa simbiose aprazível. «There is no future without memory»[Não existe futuro sem memória] é a frase de abertura do cardápio que causa um certo saudosismo a quem lê. A sugestão do chefe é o cachaço de porco, «um clássico», diz-nos, ainda que a pá de cabrito com batata e esparregado também seja uma excelente opção. É neste ambiente clássico que se aviva o palato de sabores nostálgicos, e ficaríamos mais tempo a saboreá-los se não fosse a próxima paragem.

Experiências vultuosas sobre o mar, o rio e a invicta


De olhos lançados ao mar, o último fragmento é construído sobre os rochedos que avançam no oceano, em Leça da Palmeira. Siza Vieira sabia o que estava a fazer quando projetou a arquitetura da Casa de Chá da Boa Nova. No interior é notável a constante preocupação com as aberturas, que emolduram as ondas selvagens do mar nortenho. A marcante presença da madeira nos tetos e paredes conferem aconchego à edificação e, quando nos apercebemos, metade da experiência está na própria observação do espaço. A outra metade está nas mãos da equipa de Rui Paula, mas as expectativas ficam rapidamente elevadas quando sabemos das duas estrelas Michelin que compõe o espaço. Aqui é sobre pormenores e viagens à mesa. É sobre prestar homenagem à força do mar e à coragem do pescador enquanto se faz uso da boa arte culinária. Entre menus de grande deleite e vinhos surpreendentes, também opções vegetarianas complementam a carta. Com as tendências em constante mutação, a casa tem-se munido de opções que respondem a diferentes exigências. 
Ficam-nos três sugestões aliciantes, que garantem experiências vultuosas sobre o mar, o rio e a Invicta.

Joana Rebelo
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