Começou por ser edificado, junto à Ria Formosa, no ano de 1509, por vontade de Brites Pacheco – uma viúva natural de Tavira. Hoje, 510 anos depois, o Convento das Bernardas, totalmente renovado com a excelente intervenção do arquiteto Eduardo Souto de Moura, que já lhe valeu o Prémio Europeu de Intervenção em Património Arquitetónico 2017, continua a ser um edifício com história. Manter a história só foi possível porque, na reabilitação do convento, não foram comprometidas as qualidades arquitetónicas, nem as patrimoniais já existentes. Fica mesmo em Tavira, no Sul de Portugal.
A localização é privilegiada. A Ria Formosa serve de pano de fundo. A beleza histórica e natural perpetua-se no tempo. O conforto contemporâneo e o design cuidadosamente preparado fazem do espaço um lugar com qualidade e bem-estar. É um monumento com história. Primeiro foi propriedade de Brites Pacheco. Depois, já após as obras terminadas, em 1530, foi entregue às devotas da Ordem de Cister – pelo então Bispo de Silves D. Fernando Coutinho.
Convento das Bernardas
Simbiose entre a história e a beleza natural
Em meados do século XVII realizaram-se obras de vulto, com o objetivo de ampliar e albergar um número maior de religiosas. Mais tarde, em 1862, deu-se a extensão da ordem religiosa e os bens do convento foram nacionalizados. É aqui que a degradação do convento tem início. A descaracterização do espaço. Passados 28 anos, o convento transforma-se numa Fábrica de Moagem e Massas a Vapor. Manteve-se em funcionamento até 1968. Mas, até à requalificação, muitas outras atividades passaram por lá: padaria; barbearia; e a antiga sede do clube de ciclismo de Tavira. Foi em inícios do séc. XXI que a intervenção conduzida pelo arquiteto Souto de Moura começou. Teve por base a construção de 78 habitações (57 já existentes e 21 novas). A construção é distribuída por módulos livres, com casas triplex de dois pisos e mezanino.
A piscina de água salgada, de 20 por 20 metros, encontra-se no claustro central, onde as três palmeiras centenárias e o aroma a jasmim satisfazem o cenário. As vistas para a Ria Formosa e a foz do rio Gilão, e para as seculares salinas são o cartão de visita. O convento é, atualmente, propriedade do banco Millennium e a exclusividade das vendas é da CENTURY 21 Plaza. As habitações são maioritariamente para usufruto de férias e algumas são para residência permanente ou Alojamento Local. Um património único, eleito pela UNESCO, que ficou para ser preservado.