Quando entramos no antigo Palácio Castilho, situado em Lisboa, no Príncipe
Real, somos despertados para um Brasil genuíno, onde imperam os mistérios
ancestrais. O aroma que nos acolhe leva-nos às antigas casas, onde o cheiro a
café, misturado com as madeiras, nos dá uma sensação de conforto, aquela que
sentimos quando estamos em casa. É assim o início da jornada na Pau Brasil, a
casa que nos oferece o que o país, libertado por Dom Pedro I, tem de mais
autêntico para mostrar. Em cerca de seiscentos metros quadrados encontramos
cosméticos, moda, mobiliário, design,
arte… e até os verdadeiros brigadeiros, que nos fazem esquecer a dieta, estão
por ali. Mas, se a diversidade é muita, há um denominador comum: tudo é
produzido de forma sustentável, levando-nos a um Brasil épico e caloroso onde
os sons da Bossa Nova nos davam vontade de fazer as malas e partir Atlântico
adentro. Mas já não é preciso!
A globalização trouxe-nos o conforto de ter à mão o que do outro lado do
mundo existe. A ideia de ter em Portugal um Brasil, onde a mistura de muitos
povos originou uma cultura de autenticidade, começou quando o mentor do
projeto, Rui Gomes Araújo, percebeu que o verdadeiro país, de Carlos Drummond
de Andrade, era ainda muito desconhecido, como nos confessa: «senti que
internacionalizar marcas brasileiras de grande qualidade podia não ser fácil
porque havia um preconceito muito grande; o Brasil não era associado a
qualidade. Por isso, achei que seria muito importante ter um espaço que
desmistificasse essas ideias pré-concebidas e conseguisse apresentar esse
Brasil autêntico e protegido».
O aroma que nos acolhe leva-nos às antigas casas, onde o cheiro a café
misturado com as madeiras nos dá uma sensação de conforto.
Casa Pau Brasil
Redescobrir o Brasil numa viagem de celebração ao luxo genuíno e autêntico
O Brasil singular, aquele que vive num imaginário longínquo, existe na
cidade de Lisboa, para ser reencontrado por quem gosta de histórias autênticas,
de pessoas que fizeram e fazem produtos com aquilo que a terra oferece. A
narrativa é contada, na Casa Pau Brasil, pelas cerca de 20 marcas expostas,
onde um simples sabonete ou uma poltrona, que nos afaga o corpo, nos segredam
técnicas ancestrais, redescobertas por criadores brasileiros.
Durante oito anos, o mentor da Pau Brasil fez um trabalho de prospeção
para encontrar o que de melhor podia representar em Portugal e neste ‘melhor’
não está o mais caro, mas sim o luxo que transporta uma memória ou uma
história. E, neste percurso, encontrou a Granado, uma marca de cosmética
masculina e feminina e essências para a casa, que nasceu no Rio de Janeiro, em
1870, onde os botanistas criavam
produtos com ervas e plantas que cresciam no terreno da casa do seu fundador. A
marca cresceu em vários segmentos, mas nunca perdeu a sua raiz secular, a
utilização de produtos e essências naturais, e é, por isso, que um simples
sabonete ou um perfume são produtos de luxo. A par com a cosmética convivem, no
mesmo palácio, as peças de arte do designer
Hugo França, que são autênticas esculturas mobiliárias, em madeiras nobres,
muitas vezes oriundas dos desperdícios florestais ou de árvores condenadas
naturalmente, como a que nos recebe à entrada da Pau Brasil.
Também, aqui, se encontram as famosas poltronas do conceituado arquiteto, já falecido, Sérgio Rodrigues, que revolucionou o design de móveis utilizando madeiras, couro e palhinhas trabalhadas pelos métodos indígenas. As peças de vestuário também fazem parte deste agregado de autenticidade como nos revela Rui Gomes Araújo: «uma das últimas marcas a entrar na Casa tem o trabalho da Flávia Aranha; é muito interessante, estamos a falar de uma estilista que começou a fazer um trabalho sobre o Brasil através da moda, ela trabalha com tingimentos naturais, de plantas, que descobriu em comunidades na Amazónia, onde o processo passa de geração em geração. É descobrir o Brasil através da moda e muitas das suas peças resultam do tingimento de pau brasil». Mas a Casa é imensa e tem muito para contar, comprar ou só para ver, já que fazer uma visita não custa nada e podem ser apreciadas as instalações criadas por Joana Astolfi, que vão desde a magnífica entrada até aos corredores e salas onde encontramos as ocas, típicas habitações indígenas brasileiras. No fim há que descansar num acolhedor espaço com vista para o jardim e saborear um café na companhia de um genuíno brigadeiro. E quando perguntamos a Rui Gomes Araújo qual o conceito que quer passar a quem visita a Pau Brasil a resposta é clara: «queremos dar a conhecer o terroir brasileiro, queremos que quem nos visita sinta uma experiência de genuína autenticidade que foi apurada ao longo dos anos, queremos mostrar o luxo que é sentar numa poltrona brasileira em Lisboa, ou experimentar castanha do Brasil num sabonete ou perfume». Em todos os espaços de cada uma das marcas há sempre alguém que conta a história dos produtos e, no fim, conseguimos perceber que entre aromas, cores e arte há uma história recôndita resgatada por quem acredita no autêntico.
Queremos dar a conhecer o terroir brasileiro (...) mostrar o luxo que é sentar numa poltrona brasileira em Lisboa, ou experimentar castanha do Brasil num sabonete ou perfume.
Também, aqui, se encontram as famosas poltronas do conceituado arquiteto, já falecido, Sérgio Rodrigues, que revolucionou o design de móveis utilizando madeiras, couro e palhinhas trabalhadas pelos métodos indígenas. As peças de vestuário também fazem parte deste agregado de autenticidade como nos revela Rui Gomes Araújo: «uma das últimas marcas a entrar na Casa tem o trabalho da Flávia Aranha; é muito interessante, estamos a falar de uma estilista que começou a fazer um trabalho sobre o Brasil através da moda, ela trabalha com tingimentos naturais, de plantas, que descobriu em comunidades na Amazónia, onde o processo passa de geração em geração. É descobrir o Brasil através da moda e muitas das suas peças resultam do tingimento de pau brasil». Mas a Casa é imensa e tem muito para contar, comprar ou só para ver, já que fazer uma visita não custa nada e podem ser apreciadas as instalações criadas por Joana Astolfi, que vão desde a magnífica entrada até aos corredores e salas onde encontramos as ocas, típicas habitações indígenas brasileiras. No fim há que descansar num acolhedor espaço com vista para o jardim e saborear um café na companhia de um genuíno brigadeiro. E quando perguntamos a Rui Gomes Araújo qual o conceito que quer passar a quem visita a Pau Brasil a resposta é clara: «queremos dar a conhecer o terroir brasileiro, queremos que quem nos visita sinta uma experiência de genuína autenticidade que foi apurada ao longo dos anos, queremos mostrar o luxo que é sentar numa poltrona brasileira em Lisboa, ou experimentar castanha do Brasil num sabonete ou perfume». Em todos os espaços de cada uma das marcas há sempre alguém que conta a história dos produtos e, no fim, conseguimos perceber que entre aromas, cores e arte há uma história recôndita resgatada por quem acredita no autêntico.
Queremos dar a conhecer o terroir brasileiro (...) mostrar o luxo que é sentar numa poltrona brasileira em Lisboa, ou experimentar castanha do Brasil num sabonete ou perfume.