VillaseGolfe
· Viagem · · T. Joana Rebelo · F. Direitos Reservados

China

Entre cidades imperiais e paraísos em bruto

Villas&Golfe Pub. PUB HOMES IN HEAVEN Pub.
Vidago Villa Pub.
PMmedia PUB Pub.
Inegável é a predisposição que a China tem para a grandeza. Veja-se pelos 8000 guerreiros de terracota de Xi’an, pelas 21 170 milhas da Grande Muralha e pelos 800 palácios da Cidade Proibida. Quem a conhece, nem que de longe, sabe dos seus contrastes paisagísticos. De norte a sul e este a oeste, é surpreendido pelos extremos de uma das civilizações mais antigas do mundo. Ora montanhas íngremes e planaltos floridos, ora desertos arenosos e florestas densas. Com 1,4 mil milhões de habitantes, a China é o país com mais população do mundo. Cerca de um terço vive nas cidades e o restante dedica-se à vida no campo.
Falamos de um povo com uma história milenar, pioneiro em diversas áreas como ciência, tecnologia, astronomia e matemática. A invenção da caligrafia deu-se na China e a primeira vez que se deu uso ao bronze, seda, madeira e papel foi dentro das suas fronteiras. A pólvora, a bússola magnética e a porcelana foram outras criações em território chinês, o que demonstra, em tempos, o avanço do país relativamente à maioria dos vizinhos. Kongfuzi, conhecido por Confúcio, é a figura por detrás de muitas crenças e filosofias da cultura, pelos ensinamentos que deixou ao povo, desde educação à moralidade. Enquadrando-se num estado comunista, o povo chinês tem como moeda o Yuan e como sua capital Pequim. Chinês padrão e mandarim são as duas línguas oficiais e pode dizer-se que, nos últimos 20 anos, o país mudou mais do que qualquer outro no mundo. 
Grande Muralha, Pequim
Talvez não calcule a riqueza natural que a China reúne, mas um terço da sua área terrestre é ocupado por montanhas, sendo que o monte Evereste, localizado entre a fronteira da China e Nepal, é considerado o mais alto do planeta Terra. O terceiro maior rio do mundo, o Yangtze, também lhe pertence, se bem que o rio Amarelo também não lhe fica atrás no fator da beleza. Surpreender-se-ia com a quantidade de fauna e flora que envolve o país de terra extensa, são mais de 3800 espécies de peixes e centenas de répteis e anfíbios. Quanto ao famoso panda gigante, poderá encontrá-lo a sudoeste, onde as montanhas são envolvidas de neblina e os locais férteis em bambu. 
Os primeiros registos escritos sobre a China remetem para a dinastia Qin, em 222 a.C. As dinastias assinalaram um período longo da história chinesa, cada um marcado por um imperador, até ao último ser deposto em 1912. A partir daí, o país enveredou por uma república. Alguns anos após uma guerra civil com os nacionalistas chineses, instaurou-se um governo comunista. E assim se tem vindo a manter. Da China Antiga, restou um património riquíssimo, até incalculável, tanto para o país, como para a Europa e o mundo. Mas, com todo este devaneio, meio que numa tentativa de contextualização, quase nos esquecíamos de referir que estamos de frente para um edifício luzidio, sentados num banco futurista de jardim, algures, em Pequim. De mochila às costas, planeiam-se grandes aventuras, pelo que a caminhada começa aqui, na capital chinesa.
Estátua Tian Tan Buddha, Hong Kong
Após três anos de longos confinamentos, Pequim acaba de abrir as suas portas aos turistas, bonita e acolhedora. Chegamos no momento certo e o frenesim é já indescritível. Parece que a cidade cheira a novo, e nada nos garante que não seja apenas uma mera impressão. Recarregada de sistemas de videovigilância que recorrem à inteligência artificial, todo e cada cidadão é reconhecido pela tecnologia, facto que não é admirável, dado que existem mais smartphones ativos do que população. Aqui, o dinheiro em espécie está quase extinto e a cidade está rendida à era tecnológica. A mancha verde que cobre cada recanto de Pequim é surpreendente, como se renascesse das cinzas, depois de já ter sido uma das cidades mais poluídas do mundo. O plano para os próximos três dias na capital inclui a visita à Cidade Proibida, a caminhada espiritual pela Muralha da China e a ida ao Templo do Céu, um dos maiores recintos sagrados do país. Sem esquecer de passar pela rua Wangfujing, o local mais indicado para conhecer a autenticidade da cozinha chinesa (ou pelo menos observar), onde tanto há barracas comuns a vender Kung Pao e Dumplings, como outras a venderem insetos temperados como snack
A próxima paragem é Xangai, o segundo maior gigante da China, onde prolongaremos a estadia por dois dias. Localizada no extremo leste, a cidade é a vitrine da economia chinesa. Rica em estilos arquitetónicos, desde art déco a shikumen, é conhecida pelos edifícios que se perdem nos céus e os incontáveis museus históricos. A visita à Torre Pérola do Oriente é obrigatória, sucedendo-se o Museu de Ciência e Tecnologia de Xangai, uma experiência seguramente estimulante. Para último, mas não menos importante, seguiremos rumo a Zhujiajiao Water Town, conhecida como a «Veneza da China» pela água que circunda as casas e pelo turismo que atrai, com o seu caráter pouco comum. 
Montanhas Arco-Íris, Parque Nacional Geológico Danxia
O espírito de adrenalina leva-nos à última cidade, Hong Kong, onde os cenários parecem extraídos dos filmes de ficção científica. Aí, estão planeados três dias, o que parece pouco, dadas as atrações que oferece. Vamos com a esperança de poder contemplar as danças do dragão, um culto realizado na China há mais de 2000 anos, mas só teremos sorte se apanharmos alguma festividade pelo meio. Acredita-se que estes espetáculos tradicionais trazem sorte, em boa parte por causa do dragão, o animal lendário que simboliza nobreza. O objetivo é também percorrer os templos encaixados em cada recanto e encontrar uma árvore dos desejos, onde poderemos deixar no galho um papel que insinua um íntimo desejo. O Mong Kok Flower Market é a próxima sugestão, assim como a turística Tian Tan Buddha, uma estátua de bronze de 34 metros. Se o tempo assim o permitir, reservaremos um bilhete para a Hong Kong Disneyland e, ao anoitecer, temos sempre a possibilidade de ir ao encontro da noite dinâmica da cidade. Pode ser que consigamos avistar as Symphony of Lights, um espetáculo de luzes que encadeia o céu de Hong Kong várias vezes ao ano.
Sem tempo para mais, os oito dias por território chinês chegam ao fim. Mas fica o compromisso de, numa próxima, conhecer as cidades remodelas à mão pela Mãe Natureza, onde populações continuam a viver como se as fábricas de iphones e megacidades não existissem. Regressaremos para visitar os locais que parecem sair dos pergaminhos chineses medievais, passando pelo deserto, os picos montanhosos e as praias edénicas. De raízes ancestrais e visão vanguardista, este é o povo que se diz descendente do dragão.
Curiosidades:

1) As celebrações do Ano Novo Chinês duram 15 dias.

2) Na China, as noivas costumam usar o vermelho por ser considera a cor da sorte.

3) Hong Kong tem mais arranha-céus do que qualquer outra cidade do mundo.

4) Na China Antiga, por vezes, os soldados usavam armaduras feitas de papel.

5) Há cerca de 5000 anos, os primeiros pauzinhos eram utilizados ​​para cozinhar, e não como «talher» para comer.

6) Se juntássemos todas as linhas ferroviárias da China, poderíamos dar duas voltas à Terra. 
Campos de arroz
Campos de arroz
Phenix Media Center, Pequim
Phenix Media Center, Pequim
Hong Kong
Hong Kong
Templo do Céu, Pequim
Templo do Céu, Pequim
Joana Rebelo
T. Joana Rebelo
F. Direitos Reservados
Política de Cookies

Este site utiliza Cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso. Saiba mais

Compreendi