No meio da envolvência natural, em Romariz, Santa Maria da Feira, foi edificada a Casa M.C., uma moradia em que a entrada de luz, através das imensas janelas existentes, mostra o verdadeiro ex-líbris do espaço – as vistas sobre o jardim. A entrada da habitação encontra-se a norte, ao nível do rés do chão, e é feita através de uma rampa aprazível. A existência de um declive de sul para norte deu origem a uma falsa cave – onde se centra a garagem e o salão, assim como algumas áreas de apoio à casa.
A ‘ponte’ fica pousada na elevação do terreno, para tirar partido das vistas do poente sobre o pinhal.
A ‘ponte’ fica pousada na elevação do terreno, para tirar partido das vistas do poente sobre o pinhal.
Vista de fora, da zona da piscina, é percetível a grandiosidade desta moradia, desde logo através dos dois volumes separados que exibem a longitude do piso superior, criando um espaço de estacionamento coberto e causando uma volumetria mais leve – uma espécie de ponte, que se relaciona com o jardim circundante. É também no piso superior onde se localizam os espaços sociais: a cozinha, a sala de estar e a de jantar – totalmente abertas ao exterior –, bem como o escritório, que fica envolvido na ‘ponte’, onde os olhares se encadeiam com a extensão da natureza. A ‘ponte’ fica pousada na elevação do terreno, para tirar partido das vistas do poente sobre o pinhal que se estende até ao fundo do terreno. E é através do corredor-ponte que os dois corpos do edifício se relacionam e o jardim flui por baixo. Toda a residência beneficia das vistas sobre o jardim envolvente, e é nesse jardim, numa cota intermédia entre a cave e o rés do chão, que se exibe a piscina. Neste projeto, com assinatura do atelier d’arquitetura Lopes da Costa, é constante a relação entre o interior e o exterior, o que determinou a organização funcional da moradia. Aqui, neste oásis natural, é o sol, as sombras e as vistas que reinam e fazem qualquer ser ter vontade que o tempo perdure, enquanto a azáfama do dia fica para trás.