«O tempo visto por um arquiteto...
No mundo, todos assumimos um papel de arquitetos. Fazemos os esquissos, ainda que por vezes de forma inconsciente, do que idealizamos para a nossa vida. As escolhas estão quase todas do nosso lado. «Fazer» ou «dizer» é quase sempre a questão. Mas o tempo, ainda que seja incerto, acaba sempre por parecer-nos curto demais.
Para um arquiteto de profissão como o Fernando Jorge há dois tipos de TEMPO: O da arquitetura, aquele que ele tenta encurtar para conforto dos que nos espaços por ele desenhados habitam; e o tempo cronológico, o que é comandado pela natureza, por Deus, pela vontade e pelas escolhas.
No fim, talvez possamos dizer, independentemente de tudo, que um coração feliz é um coração que sempre andou de mãos dadas com a paz de consciência por ter feito do TEMPO, seja ele espacial ou cronológico, um lugar onde há sorrisos, generosidade e amor.»
(Texto escrito por Filomena Abreu, para o site do Essejota, em 2013.)
Faz dois anos que Fernando Jorge partiu, mas a sua essência continua muito presente nas obras que ele deixou, assim como na amizade que ficou para a vida.