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· Diretora de Markting da Eugénio Campos · · T. Joana Rebelo · F. André Rolo

Rafaela Campos

«A mulher luta pela sua felicidade»

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Há mais de três décadas, Eugénio Campos emprestava o nome à marca de joalharia que viria a tornar-se uma das mais reconhecidas a nível nacional. Pelo meio, desbravou caminho e quebrou barreiras, e a vida foi-se encarregando de lhe devolver em dobro. A família cresceu e hoje conhecemos Rafaela Campos, a sucessora que herdou a paixão do pai. Filha é a tempo inteiro, mas dentro do horário de trabalho é diretora de marketing da Eugénio Campos. Visionária e organizada, Rafaela é sobre detalhes, tal como as joias que representa. Aparenta ter dias exigentes, mas bonitos, agora que a maternidade se impôs no seu caminho. Licenciada em gestão, com mestrado em marketing de moda, a faceta humilde revela-se quando diz não gostar de comunicar com base em títulos, e nós acreditamos, porque comunicação é com ela. Entre a importância da presença no digital, as tendências do setor e as projeções futuras, Rafaela fala-nos da continuidade que pretende dar à empresa, preservando o cunho do pai, mas acrescentando o espírito jovem necessário à evolução do negócio.
Fundada em 1987, a Eugénio Campos continua a ser uma referência entre as boutiques de joias portuguesas. Qual é a importância de saber comunicar a imagem de uma marca?
É crucial saber comunicar, já que afeta diretamente a perceção que o público tem da marca. Uma comunicação eficaz ajuda a construir a reputação da organização, a angariar clientes, a criar diferenciação da concorrência e a gerar decisões de compra para o consumidor. Acredito que as novas gerações de consumidores comprem não apenas o produto, mas toda a imagem que ele possa passar, o lifestyle que represente.  

Como é que o legado da joalharia se tem vindo a adaptar às novas gerações?
Mantendo-se a par das tendências, até porque, estando a joalharia inserida no mundo da moda, é exigida uma constante adaptação. Aposta-se também na criação de produtos diferenciadores e irreverentes para públicos jovens, e mesmo para outro tipo de targets. A vertente online é igualmente importante, aliás, as lojas online já não são o futuro, são o presente. O mundo digital é o que fará a grande diferença na joalharia, veja-se pelos jovens que quase não procuram as ourivesarias tradicionais. Portanto, creio que a melhor forma de dar continuidade a este setor é investindo no digital. 

Quem gostaria de ver usar uma peça de assinatura da marca?
Diria a Beyoncé, que, além de ser uma artista que se adapta a qualquer tipo de registo, prima pelo low profile e por gerir bem o work life balance. Admiro também o estilo que evidencia em joias. Quem sabe um dia use Eugénio Campos... 

Qual é o perfil da mulher detentora das peças Eugénio Campos?
Criamos joias elegantes e irreverentes, portanto destina-se a uma mulher com autoestima e que sabe que a joia completa, de facto, um bom look. Tem atitude e elegância e percebe que o acessório faz a diferença, quer num conjunto para o quotidiano, como para um dia especial.  

O público feminino continua a ser o principal entusiasta de joias ou já se verifica maior interesse por parte do homem?
A figura feminina continua a ser o nosso principal consumidor, mas cada vez mais notamos que o homem se interessa por completar o look com joias e relógios. A Eugénio Campos também tem apostado em coleções masculinas. Na passada Portojóia, uma feira nacional de joalharia, já apresentámos uma vasta coleção dedicada ao homem, com vista a crescer neste domínio. Ainda que o foco continue a ser o público feminino, trabalhamos nos dois campos.  

O que é ser mulher?
Ser mulher é algo desafiante e mágico, em simultâneo. É ser interessente e poderosa, à maneira de cada uma. Ocupar o papel de mãe é também uma experiência encantadora, aliás, gerar vida e tê-la à nossa responsabilidade..., não há nada que supere esse amor incondicional. Sinto-me muito feliz.

«As lojas online já não são o futuro, são o presente»
Pelo que luta, hoje, a figura feminina?
Poderia dizer que a mulher continua a lutar pela igualdade de género, e é verdade, mas já se vê uma nova juventude cheia de garra a ocupar cargos de chefia. Orgulho-me de ver mulheres a gerir grandes grupos e empresas. De facto, começamos agora a acompanhar esta igualdade pela qual lutamos há tantos anos. Mas, acima de tudo, a mulher luta pela sua felicidade, que é o mais importante.  

Em 2022, a Eugénio Campos junta-se à MAMA HELP, com a coleção Outubro Rosa, de forma a sensibilizar a sociedade para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do cancro da mama. A responsabilidade social é um dos pilares de atuação da marca?
A parceria com a MAMA HELP correu muito bem. A Eugénio Campos tenta, cada vez mais, associar-se a marcas desta natureza. Já antes o meu pai o fazia, veja-se pelas coleções com a Make-A-Wish e a Associação Filhos do Coração, por exemplo. A marca sempre quis estar ligada à responsabilidade social e assim pretende continuar. Recentemente, lançou dois colares em que 10 % do valor reverte para a APAV; produtos esses que estarão disponíveis não só no mês do Dia Internacional da Mulher, como no resto do ano, até porque todos os dias são da mulher.  

Que adversidades e recompensas tem encontrado ao longo do seu percurso na Eugénio Campos?
Dar seguimento a uma marca já consolidada no mercado é uma experiência diferente, pelo que considero que a maioria das adversidades foi o meu pai quem as ultrapassou. Mas a COVID-19 – na altura eu já pertencia à equipa – foi, sim, um período difícil. Atualmente, uma das adversidades que enfrentamos é a concorrência internacional. Apesar de sermos a marca nacional mais reconhecida, competir com marcas internacionais com budget muito maior a nível de publicidade é um desafio... Tudo é uma constante luta, até acompanhar as tendências e a própria evolução da área. 

É desafiante trabalhar num negócio familiar?
Claro que sim. O meu pai sempre me deu todo o apoio necessário, desde o início. Os conselhos que me dá, com base em toda a sua experiência, são muito importantes. Uma coisa boa é que temos papéis diferentes na empresa. Eu, como diretora de marketing, foco-me no online e na imagem e comunicação da marca, enquanto o meu pai está com a parte das compras, da alta-joalharia e no desenvolvimento das coleções. Eu tenho noção de que há muitas relações que se destroem no contexto de trabalho por desavenças, mas nós tentamos sempre chegar a um acordo.    

A Rafaela espera dar continuidade à empresa?
Sim. É um orgulho enorme o meu pai ter constituído uma marca com mais de 30 anos, sendo hoje a empresa de joias mais conhecida no mercado. Vou fazer os possíveis para dar o maior valor e prestígio à Eugénio Campos, como tanto merece. Tenho também um irmão que me apraz que se junte à equipa, e juntos daremos seguimento ao trabalho excelente que o meu pai fez até ao momento. Connosco, a marca poderá crescer ainda mais, quem sabe até internacionalmente.  

Quais são as metas a atingir num futuro próximo?
Relativamente à empresa, gostava que crescesse mais a nível digital. O meu foco é a comunicação, e o online move muito o nosso setor. É um catálogo digital para o mundo, para o mercado português, daí a forte aposta. Sentimos que tudo o que comunicamos nas redes sociais traz retorno, por isso, o caminho é por aí... Quero continuar a fazer coleções inovadoras, pensar numa coleção para criança, desenvolver uma coleção de alta-joalharia com peças simples e elegantes em ouro, que deem para todo o tipo de pessoa... A Eugénio Campos sempre teve muitos projetos, até perfumes. Portanto, somos, de facto, uma marca com muitas ideias, a par das tendências e pioneira no setor português.
No plano pessoal, é um desafio conjugar a vida pessoal e profissional, agora que sou mãe. Realmente ser mãe é um trabalho a tempo inteiro, como ter uma empresa também o é. Por isso, é preciso conseguir de novo esta relação pessoal-profissional, tentar dar seguimento a esta empresa de que tanto me orgulho e nunca defraudar a minha família.
Joana Rebelo
T. Joana Rebelo
F. André Rolo
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