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Gabrielle Chanel. Fashion Manifesto

A musa de la maison française

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F. William Klein
O museu Victoria & Albert (V & A), em Londres, está em fase de preparação para a nova exibição que está prestes a anotar na agenda. Chanel e Gabrielle Coco Chanel são as palavras-chave, podendo esperar-se uma retrospetiva da história de ambas. 
Ao cair das folhas será apresentada a primeira exposição que relata o percurso da icónica marca de luxo, durante o tempo de vida da fundadora e criadora Coco. A linha temporal é traçada desde a primeira loja de chapéus em Paris, em 1910, até ao ano da morte de Gabrielle, em 1971. Dividindo-se em oito capítulos, a mostra percorre o universo da grife através de 180 looks, aos quais se juntam cosméticos, perfumes, joias e acessórios. Apenas os mais icónicos entram na equação, e quem sabe o perfume N.º5 e a carteira 2.55 não estejam presentes para o deliciar. 
Se nos estivesse a ler, Gabrielle apontaria: «Eu não crio moda. Eu sou moda», palavras que ainda hoje lhe são associadas. A verdade é que não mentiu quando o afirmou. As tendências vão e voltam e as reputações constroem-se e são abaladas, mas a Chanel, atualmente, permanece intocável no topo da hierarquia da alta-costura, com o seu nome conhecido internacionalmente. Mais do que uma referência de estilo, a marca francesa é um fenómeno de emancipação feminina. Desde a sua criação, há mais 100 anos, que tem libertado a mulher de estilos convencionais, ditados pelos tempos. Peças que se apresentavam um martírio para o público feminino foram postas de lado; são exemplo as amarras e os espartilhos, e se hoje é elegante vestir uma peça preta combinada com calçado raso deve-se, em grande parte, à Chanel. 

Percorrer o universo da Chanel através de 180 looks
F. Direitos Reservados
Lydia Sokolova, Anton Dolin, Bronislava Nijinska and Leon Woizikowsky after the first performance of "Le train bleu" in Britain, at the coliseum theatre London, 1924
Entre a liberdade e a tradição, a estilista optou pela primeira, facto que poderá constatar pelas criações que estarão expostas no V & A South Kensington, até ao próximo ano. Peças idealizadas para celebridades também estarão acessíveis ao público, como alguns modelos utilizados pelas atrizes Marlene Dietrich e Lauren Bacall. Em destaque, estará o tweed, o tecido inglês que viria a causar rebuliço nos artigos da grife, chegando a ser utilizado pela princesa Diana, Jacqueline Kennedy e Elizabeth Taylor. Foi Gabrielle quem disseminou o mix de pérolas e deu a conhecer ao mundo um frasco geométrico de rótulo monocromático simples, que se tornou um dos mais icónicos perfumes de sempre.  A sua jornada foi épica e já por isso Gabrielle Chanel. Fashion Manifesto é uma verdadeira homenagem à estilista, que trespassou épocas com o seu estilo disruptivo. Órfã de mãe aos 6 anos, Coco aprendeu a costurar num orfanato e, depois de seguir uma carreira de cantora, decidiu apostar numa loja de chapéus. O resto... é história, que está patente na cidade londrina, de 16 de setembro a 25 de fevereiro de 2024, no museu de arte e design cujo nome garante ser um dos mais famosos do mundo. Da autoria de Palais Galliera, a exposição abre portas desde as 10h00 até às 17h45, exceto à sexta-feira, que alarga o horário até às 22h00. Com um valor que ronda os 5€ por bilhete, embarque numa viagem até à essência da moda. 
Gabrielle Chanel, Dress, Cotton Velvet, 1932
F. Nicholas Alan Cope
Gabrielle Chanel, Dress, Cotton Velvet, 1932
Victoria and Albert Museum, London
F. Direitos Reservados
Victoria and Albert Museum, London
Gabrielle Chanel, Costumes for "Le train bleu", hand-knitted wool, 1924
F. Nicholas Alan Cope
Gabrielle Chanel, Costumes for "Le train bleu", hand-knitted wool, 1924
Joana Rebelo
T. Joana Rebelo
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