Qual é o alcance internacional da empresa?
Em 1996, ficou logo estabelecido que o mercado a alcançar teria de ter uma dimensão ibérica. Em 1997, realizámos a primeira obra em Barcelona e foi com naturalidade que, passado uns anos, abrimos um escritório em Madrid e posteriormente em Barcelona. Com a crise de 2011, a operação em Espanha tornou-se muito menos apelativa e decidimos fechar ambos os escritórios. Foi através de arquitetos espanhóis que fomos desafiados a fazer obras em Itália, como a realização de um espaço de escritórios, então um verdadeiro desafio! Outro grande desafio foi a participação em duas obras em Moscovo. Em 2010, fizemos uma forte aposta no mercado francês, criando a nossa sucursal BEC – France. O know-how adquirido ao longo de anos e o facto da mão de obra portuguesa ser muito apreciada, permitiu-nos uma forte penetração. A BEC tem uma forte presença internacional, estando presente em França, em Inglaterra e em Marrocos, que representa, em 2018, cerca de 80% da sua produção.
Em que medida a vossa colaboração em exposições, como a AD Intérieurs, é importante para a empresa?
A nossa colaboração com AD Intérieurs começou em 2015 e por uma feliz coincidência. Fomos responsáveis pela construção de todo o cenário da exposição, envolvendo cerca de 60 toneladas de material, tendo a sua montagem sido realizada em apenas duas semanas. Foi um sucesso e o início de uma parceria que dura até hoje. Esta parceria aumentou significativamente a nossa notoriedade, sobretudo junto de arquitetos e designers franceses, mas temos de continuar a dar provas para continuar a merecer a sua confiança. Nada está adquirido! Da edição de 2015 resultou uma relação com uma das maiores construtoras mundiais, a VINCI-Construction que, através da sua insígnia PLENDI, dedicada à realização de obras de segmento de luxo, nos tem permitido estar em projetos que, à partida, seriam de acesso impossível, como foi a renovação do Hotel Mandarin em Londres. No âmbito desta relação, outras obras estão já a ser programadas.
Qual foi o projeto mais desafiante que desenvolveram até hoje?
É difícil eleger um só, até porque os desafios são uma constante e depende também do parâmetro analisado. Quanto ao nível técnico, diria que a realização dos escritórios da Fraunhofer Portugal, no Campus da Universidade do Porto, aliado também ao prazo de execução de quatro meses. Quanto ao volume de trabalho, prazo e condições de obra, foi a renovação do Mandarin Oriental em Londres, até pela natureza da mesma, que representou um novo paradigma de organização e gestão para a BEC. E as obras em Moscovo e em Casablanca, pela distância e pelas dificuldades logísticas.
Que objetivos pretende alcançar a BEC a curto/médio prazo?
As principais ambições corresponderão a uma consolidação das parcerias desenvolvidas, nos países em que atuamos, pois é com elas que poderemos crescer de forma contínua e sustentada. A construção de uma nova unidade industrial será também um grande contributo para esse crescimento sustentado, respondendo também às novas exigências do mercado global, onde a BEC claramente se insere.