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· Economia&Negócios · · T. Maria Amélia Pires · F. Cristiana Milhão

Paulo Baptista

«Estamos nos Detalhes»

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Paulo Baptista é licenciado em Engenharia Civil. Em 1995, aceitou o desafio de criar e liderar a BEC, uma empresa do setor da construção, direcionada para o interiorismo, nascida em Braga em 1996. Se nos primeiros anos o crescimento assentou na área do Retail, em 2010 a BEC encetou um novo rumo, focando-se na área residencial, num segmento médio/alto e na aposta na internacionalização. Pela atenção aos detalhes, rigor, inovação e pelo profissionalismo, a ‘sorte’ foi-se conquistando e, hoje, para além da reputação inegável, a BEC tem uma forte presença internacional.

Como nasceu a BEC?
Corria o ano de 1995, e eu desempenhava a função de diretor técnico numa empresa de construção civil, quando fui convidado a criar e a liderar um projeto, também no setor da construção, mas direcionado para o interiorismo. Após alguma reflexão, decidi aceitar o desafio, tendo sido criada a BEC em 1996. Éramos dez pessoas! Os primeiros meses corresponderam a um período de grande adaptação, afinal tratava-se de uma aposta a partir do zero… A BEC foi criada tendo, na sua estrutura organizativa, uma pequena unidade de carpintaria/marcenaria, condição que entendemos ser fundamental para alcançar o nosso objetivo e poder responder de forma mais eficaz aos pedidos dos arquitetos contactados, que eram os nossos interlocutores privilegiados. 

Qual foi o percurso profissional de Paulo Baptista até à BEC?
Fiz a minha licenciatura na Universidade do Minho, em Engenharia Civil – Ramo de Produção. Nesse mesmo ano fui convidado pelo departamento do meu curso a lecionar a cadeira de Topografia, e, paralelamente, fiz o estágio curricular numa empresa de projetos. Em 1992, fui admitido como diretor técnico numa empresa de construção civil e obras públicas em Braga, tendo aí permanecido até à criação da BEC. Em 1993 e 1994, desempenhei paralelamente a função de professor de Matemática.

Quais são as áreas de negócio da empresa?
A BEC foi criada para responder a um nicho de mercado que, em 1996, era muito pouco explorado: o interiorismo. A introdução do conceito «Chave-na-Mão» na nossa atividade despertou particular interesse por parte de arquitetos. O crescimento da empresa assentou nos primeiros anos sobretudo na área do Retail, coincidindo com a expansão dos centros comerciais em Portugal. Essa relação estreita com o Retail induziu na nossa estrutura uma grande sensibilização pelos cumprimentos dos prazos e uma grande incidência para o detalhe. Aliás, o nosso lema, «Estamos nos Detalhes», resultou desta simbiose. Em 2010, a nossa estratégia correspondeu a uma mudança de objetivos, com o focus no residencial e no seu segmento médio/alto – alto e com uma aposta reforçada na internacionalização. A Hotelaria constitui, desde de 2016, uma forte aposta para a expansão da BEC. 

As peças de mobiliário que produzem destinam-se exclusivamente aos projetos que desenvolvem?
A nossa unidade industrial, atualmente com cerca de 3500 m2, produz os elementos de carpintaria e de mobiliário que compõem os projetos que a BEC realiza, mas também responde a vários pedidos de designers que pretendem desenvolver uma linha de mobiliário próprio. Aliás, essa componente adquire cada vez maior importância na nossa produção. A BEC fez em 2018 um investimento muito significativo na sua unidade industrial. Pretende ainda avançar com uma nova unidade industrial e integrar uma serralharia ligeira para a execução dos elementos metálicos complementares à produção de mobiliário.
«A Hotelaria constitui, desde de 2016, uma forte aposta para a expansão da BEC»

O que faz da BEC uma empresa inovadora e diferente das demais?
A diferenciação talvez resida na abordagem muito próxima e personalizada que fazemos juntos dos nossos clientes, essencialmente arquitetos e designers, transmitindo-lhes transparência e rigor. O facto de pretendermos estar sob permanentes desafios induziu nos nossos colaboradores maiores responsabilidades e uma procura constante de respostas.

A BEC tem-se adaptado à era digital?
A BEC tem também vindo a investir em processos e tecnologias que sejam sinónimos de inovação na busca de uma melhoria permanente. Aliás, em 2016, a BEC foi escolhida pela empresa PRIMAVERA para o seu Roadshow nacional, com o título Transformação Digital. No âmbito da certificação NP EN ISO 9001, a busca de melhoria contínua exige também a introdução nos seus processos internos de inovação. Numa perspetiva de melhoria na forma de comunicar, a BEC pretende desenvolver uma plataforma digital que permita ao cliente, online, saber o estado de desenvolvimento da sua obra.

Qual é o alcance internacional da empresa?
Em 1996, ficou logo estabelecido que o mercado a alcançar teria de ter uma dimensão ibérica. Em 1997, realizámos a primeira obra em Barcelona e foi com naturalidade que, passado uns anos, abrimos um escritório em Madrid e posteriormente em Barcelona. Com a crise de 2011, a operação em Espanha tornou-se muito menos apelativa e decidimos fechar ambos os escritórios. Foi através de arquitetos espanhóis que fomos desafiados a fazer obras em Itália, como a realização de um espaço de escritórios, então um verdadeiro desafio! Outro grande desafio foi a participação em duas obras em Moscovo. Em 2010, fizemos uma forte aposta no mercado francês, criando a nossa sucursal BEC – France. O know-how adquirido ao longo de anos e o facto da mão de obra portuguesa ser muito apreciada, permitiu-nos uma forte penetração. A BEC tem uma forte presença internacional, estando presente em França, em Inglaterra e em Marrocos, que representa, em 2018, cerca de 80% da sua produção.

Em que medida a vossa colaboração em exposições, como a AD Intérieurs, é importante para a empresa?
A nossa colaboração com AD Intérieurs começou em 2015 e por uma feliz coincidência. Fomos responsáveis pela construção de todo o cenário da exposição, envolvendo cerca de 60 toneladas de material, tendo a sua montagem sido realizada em apenas duas semanas. Foi um sucesso e o início de uma parceria que dura até hoje. Esta parceria aumentou significativamente a nossa notoriedade, sobretudo junto de arquitetos e designers franceses, mas temos de continuar a dar provas para continuar a merecer a sua confiança. Nada está adquirido! Da edição de 2015 resultou uma relação com uma das maiores construtoras mundiais, a VINCI-Construction que, através da sua insígnia PLENDI, dedicada à realização de obras de segmento de luxo, nos tem permitido estar em projetos que, à partida, seriam de acesso impossível, como foi a renovação do Hotel Mandarin em Londres. No âmbito desta relação, outras obras estão já a ser programadas.

Qual foi o projeto mais desafiante que desenvolveram até hoje?
É difícil eleger um só, até porque os desafios são uma constante e depende também do parâmetro analisado. Quanto ao nível técnico, diria que a realização dos escritórios da Fraunhofer Portugal, no Campus da Universidade do Porto, aliado também ao prazo de execução de quatro meses. Quanto ao volume de trabalho, prazo e condições de obra, foi a renovação do Mandarin Oriental em Londres, até pela natureza da mesma, que representou um novo paradigma de organização e gestão para a BEC. E as obras em Moscovo e em Casablanca, pela distância e pelas dificuldades logísticas.

Que objetivos pretende alcançar a BEC a curto/médio prazo?
As principais ambições corresponderão a uma consolidação das parcerias desenvolvidas, nos países em que atuamos, pois é com elas que poderemos crescer de forma contínua e sustentada. A construção de uma nova unidade industrial será também um grande contributo para esse crescimento sustentado, respondendo também às novas exigências do mercado global, onde a BEC claramente se insere.

T. Maria Amélia Pires
F. Cristiana Milhão
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