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· Fundador da Traçado Regulador · · T. Maria Cruz · F. Nuno Almendra

João de Sousa Rodolfo

«A arquitetura tem uma inércia temporal enorme»

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O talento está-lhe nas mãos. Desde muito cedo manifestou interesse pelo desenho. E tem vindo, sempre a partir dos esboços, a idealizar autênticas obras de arte. Cada projeto arquitetónico concretizado é motivo de orgulho. São já 25 anos do atelier Traçado Regulador, uma empresa de sucesso, com reconhecimento nacional e internacional. João de Sousa Rodolfo é detentor de uma sabedoria acumulada pelos longos anos de experiência. Sobre o setor do imobiliário, o arquiteto diz-nos que «iremos continuar com uma procura que excede a oferta» e que além de «bons arquitetos» também se tem de ser «bons gestores». Mas e qual será o segredo para o seu sucesso? «Como em tudo na vida, é "fazer bem”».  

Conta com uma carreira inigualável. Qual o primeiro passo para garantir o sucesso de um gabinete de arquitetura como o Traçado Regulador?
Acho que todos nós, profissionais da arquitetura, temos percursos próprios e distintos, fruto da natureza do nosso trabalho e das nossas experiências individuais. Nesse sentido, aceito o qualificativo inigualável. Quanto ao primeiro passo para o sucesso, como em tudo na vida, é «fazer bem». Este «fazer bem» tem como ingredientes principais o conhecimento e o saber acumulados ao longo de muitos anos de atividade profissional, a criatividade e o rigor técnico. 

O setor do imobiliário continua em alta, nomeadamente nas zonas em que o Traçado Regulador atua, de que forma perspetiva os próximos anos para o setor?
Penso que, apesar da subida atual das taxas de juro e das recentes medidas do governo, que limitam o investimento estrangeiro, iremos continuar com uma procura que excede a oferta e, portanto, com valores altos, quer na construção, quer nos imóveis. Isto deve-se também à lei de bases gerais da política pública de solo que limita drasticamente o crescimento dos aglomerados urbanos e que, por essa via, incrementa o valor dos terrenos para construção. Neste enquadramento, pode esperar-se algum decréscimo de atividade nos gabinetes de projeto. Felizmente, para nós, a estratégia definida e os fatores de crescimento interno e de notoriedade do Traçado têm contrariado eficazmente esta tendência. 

Desde que se tornou arquiteto já viu muita obra a nascer. Hoje, olhando para os tempos modernos, o que sente que mais mudou?
Claramente a forma de «habitar» e a produção do projeto. Quanto à primeira, sublinho a fluidez espacial em paralelo com uma menor compartimentação funcional do espaço, fruto da vivência quotidiana. Quanto à produção do conjunto dos projetos necessários à construção, passámos a ter muito mais e melhor informação, maior capacidade de simulação de soluções e melhor compatibilização de projetos de várias especialidades, conduzindo a um muito maior rigor projetual.

«Tenho a sorte de ser acompanhado nesta aventura por uma equipa de excelentes profissionais»
E o que ainda o poderá vir a surpreender no futuro da arquitetura?
Será difícil que o futuro nos reserve algo na arquitetura para o qual a vertiginosa evolução tecnológica contemporânea não nos tenha já preparado. Por outro lado, a arquitetura tem uma inércia temporal enorme. Habitamos e utilizamos diariamente espaços criados em diversas épocas, quer no interior dos edifícios, quer nos ambientes urbanos. A mutabilidade desses espaços é muito lenta. Portanto, as surpresas serão limitadas à nova construção e deverão ser determinadas por novas formas de organização social, novas formas de habitar, pela tecnologia e por uma consciência crescente no âmbito da sustentabilidade. 

O Traçado Regulador conta com uma vasta carteira de projetos, dentro e fora dos centros urbanos. Dar resposta a todos esses projetos não é tarefa fácil. Como é que se consegue esse feito?
Bom, isso quer dizer que, para além de bons arquitetos, também temos de ser bons gestores. É isso que tentamos fazer: gerir bem, mesmo com os tempos de resposta imprevisíveis das entidades públicas. Por outro lado, é necessário ter uma equipa forte e motivada, que goste daquilo que faz e que se reconheça no trabalho produzido com sua coautoria. Tenho a sorte de ser acompanhado nesta aventura por uma equipa de excelentes profissionais. 

Dedica-se maioritariamente a projetos de moradias premium. Tem sido um desafio constante idealizar casas de grande dimensão e luxuosas?
As moradias premium são, de facto, a face mais visível de toda a nossa produção. A razão desta visibilidade prende-se com o facto de estas moradias motivarem o sonho e serem facilmente partilháveis, com o natural ganho de notoriedade que nos interessa. Contudo, a nossa produção não se esgota aí. Produzimos projetos de habitação coletiva, hoteleiros, industriais, loteamentos, reabilitação, entre outros. Por exemplo, na área de Lisboa, temos 17 projetos de reabilitação em curso. Os projetos das moradias premium não são diferentes dos outros em termos de complexidade. Têm a particularidade de terem muita participação dos clientes, com imputs próprios e, por vezes, únicos. 

Tem noção de que é, na atualidade, um dos nomes mais conceituados em Portugal na área de arquitetura? Como gostava de ser lembrado um dia?
Não, não tenho essa noção. Felizmente, em Portugal, existem muitos bons arquitetos. A notoriedade ou o reconhecimento público são sempre uma surpresa para mim. Sabe, vivemos intensamente o nosso trabalho, fechados no espaço do atelier, sem perceber verdadeiramente o impacto e visibilidade daquilo que produzimos. Por vezes, acontece sermos reconhecidos por alguém que não conhecemos e isso surpreende-nos sempre. 

Conclua: quem escolhe o Traçado Regulador, escolhe...
Quem nos contacta tem já um conhecimento do trabalho que produzimos. Conhece a face visível dos nossos projetos, através dos media, site e redes sociais. Depois, acabamos por surpreender por pensarmos o projeto a partir do espaço interior – o espaço que as pessoas verdadeiramente habitam e onde se devem sentir bem, onde a intriga espacial e a fuga preceptiva para o exterior têm um papel fundamental. Surpreendemos também pelo facto de produzirmos um projeto de elevado rigor técnico, que permite uma gestão da obra sem surpresas. Estes são fatores que fidelizam investidores e que acrescentam uma garantia de qualidade ao nosso trabalho.
Maria Cruz
T. Maria Cruz
F. Nuno Almendra
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