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· CEO BMW Group Portugal · · T. Maria Cruz · F. Direitos Reservados

Massimo Senatore

«Temos uma das melhores quotas da marca BMW da Europa toda e do mundo»

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Em 2018, rumou a Portugal. Deixou a sua terra natal, Itália, e embarcou em mais uma aventura BMW. Massimo Senatore é o CEO da marca em Portugal. Na sua vida, muita coisa mudou. A nível pessoal e profissional. De sorriso no rosto, contagia. Como gestor, sente orgulho por ter contribuído, com a sua equipa, para fazer da BMW a «melhor marca premium do país». Nas linhas que se seguem, fala-nos do presente e do futuro do grupo; do crescimento dos veículos elétricos (os «i’s», se assim os quisermos designar); do desejo de chegar a 2030 e obter 50% das vendas em veículos 100% elétricos; da sutentabilidade; dos mitos sobre a autonomia; do modelo de venda online e através de agentes; e do BMW iVision Dee que veio mostrar que o futuro da modalidade não está assim tão distante. Massimo  acredita que o futuro será mais verde e que a BMW estará na vanguarda da inovação.  

Desde que assumiu o cargo de Diretor-Geral da BMW Portugal, em 2018, o que mudou na empresa e na sua vida?
A nível pessoal, foi uma surpresa incrível para todos nós lá em casa (e temos quatro filhos). O tempo, a comida, a transparência das pessoas, que são mais relaxadas do que os italianos, até os serviços mais avançados (sei que muitos portugueses não acreditam, mas é a verdade). Portugal é um país culturalmente avançado e aberto. Vivemos com menos stresse, e a atenção aos pormenores, como a maneira de vestir, é totalmente diferente de Itália. O sistema académico é excelente e, por último, mas não menos importante, têm uma grande paixão pelo futebol, o que adoro.
A nível profissional, tem sido também incrível. Como equipa, mudámos muitas coisas, aceitámos desafios e, juntos, colocámos a BMW no lugar que merece, como melhor marca premium do país, em termos de reputação e imagem, não só em vendas. Mas não foi só a BMW Portugal a mudar com a minha chegada, também eu mudei e aprendi muito. Tenho a sorte de liderar uma extraordinária equipa. Pessoas ágeis, transparentes, honestas, focadas nos objetivos, com paixão, dedicação e sempre prontas a ajudar o próximo. É uma equipa com muitos talentos, com verdadeiros CR7 que trabalham em equipa (um pouco mais do que o CR7, acrescentaria, sem maldade). O espírito de equipa é a maior mais-valia e, por isso, só posso deixar o meu obrigado, porque sinto que a experiência fez de mim um melhor gestor.    

Quatro anos depois, mudaria alguma coisa?
Há sempre lições a retirar, mas, no geral da experiência, não mudava nada, no sentido em que esta tem sido uma jornada de sonho, como não imaginara. Em termos de resultados, como equipa (e gosto sublinhar «a equipa», porque eles são os únicos responsáveis por este caminho), conseguimos atingir resultados acima de todas as expectativas. Temos uma posição fantástica no segmento premium e temos uma das melhores quotas da marca BMW da Europa toda e do mundo. Em termos de reputação corporativa, somos a melhor marca do setor automóvel e a marca mais seguida no Instagram. Com certeza, há coisas que poderia ter feito melhor. Gostava, por exemplo, de ter criado ainda mais oportunidades para os talentos que temos, por forma a abraçarem novos desafios, mas estamos a trabalhar nisso. A mudança sem visão e objetivos é um perigo. Mas a mudança com um plano de desenvolvimento claro, visão do futuro e um assesment bem planeado dos nossos talentos é ingrediente fundamental para o sucesso.  

A BMW tem vindo a apostar na eletrificação (os conhecidos «i’s»). Falamos de automóveis que satisfazem o consumidor no que toca à condução e ao design. Esta  aposta da marca está a ter o resultado pretendido pelo grupo?
Sem dúvida. Foi uma aposta de presente e futuro do grupo, que está a ter bons resultados, tanto a nível global, como em Portugal. Para ter uma ideia, quando falamos de veículos exclusivamente elétricos, os tais «i’s», o nosso crescimento foi na ordem dos 138,1%, no último ano, e contamos continuar a crescer este ano. Os modelos 100% elétricos representaram 15% das vendas da BMW em 2022, um valor acima da média do mercado nacional, que é de 11,4%. Se estivermos a falar de todos os eletrificados, foi na ordem dos 46% - também acima do mercado nacional. A nível global, antes de 2030, contamos que pelo menos 50% das vendas do grupo, em todo o mundo, sejam de veículos 100% elétricos.

«Sinto que a experiência fez de mim um melhor gestor»
O mercado automóvel tem crescido. As vendas comprovam esse facto. Mas estará o mundo preparado para receber carros 100% elétricos?
O mercado automóvel está em fase ascendente, sem dúvida, especialmente depois do impacto generalizado do setor, durante os anos de pandemia. E também nos parece evidente que os veículos elétricos estão a dar um claro contributo nas vendas. Há, no entanto, muito a ter em conta. Em primeiro lugar, é preciso ter noção de que a transição elétrica não decorre ao mesmo ritmo em todo o mundo. Além disso, cada marca tem o seu próprio timing para apostar em estratégias relacionadas com mobilidade elétrica.
Portugal, curiosamente, está bastante avançado em relação a infraestruturas, quando comparado, por exemplo, com alguns países da Europa, embora ainda haja muita coisa a fazer. Há muitos mercados que não têm condições e infraestruturas que lhes permitam carregar automóveis eletrificados e não podemos simplesmente obrigar alguém a adotar o mesmo paradigma, para o qual não estão preparados.
Ainda assim, a mobilidade elétrica é já uma realidade e vai ter um papel crucial na construção de uma indústria cada vez mais descarbonizada. Acreditamos que o futuro será mesmo mais verde e a BMW continuará a trabalhar tendo a sustentabilidade como um dos principais pilares da sua estratégia a nível global. 

Sente que ainda existem muitas dúvidas a respeito dos carros elétricos?
Sim, há ainda alguns mitos que é sempre importante ir esclarecendo. Ainda assim, nota-se a mudança de mentalidade. Hoje em dia, os consumidores – e ainda bem – estão cada vez mais atentos à sustentabilidade. Essa maior atenção ao tema está intimamente ligada ao crescimento dos modelos elétricos. Depois, há que ter em conta que a indústria tem evoluído tão rapidamente, que o que havia de desconfiança a gerar certos mitos já não faz sentido nos dias de hoje. Dou um exemplo muito concreto que sabemos que é sempre a dúvida maior: então e a autonomia? A primeira experiência elétrica da BMW foi com o BMW i3, em 2013. Era um modelo mais pequeno, citadino, e com uma autonomia de cerca de 200 km. Passaram 10 anos. Em setembro, apresentámos, aqui em Portugal, para todo o mundo, o novo BMW i5, um berlina com autonomia que pode ir até aos 582 km. Compare-se também o país, que uma década depois tem milhares de postos de carregamento disponíveis, e é fácil perceber que as dúvidas estão a dar lugar a boas certezas. Contudo, é ainda necessário investir em infraestruturas que permitam dar resposta à necessidade de todos os condutores de veículos elétricos, para que os restantes tenham, cada vez mais, vontade de aderir à mobilidade elétrica.  

O que está a mudar na modalidade? E de que forma a evolução da comunicação no setor tem evoluído?
Se olharmos para o que tem acontecido no setor automóvel, onde a inovação tecnológica tem sido pioneira, acho que podemos dizer, com alguma confiança, que muito poucos setores evoluíram tanto nesta década. E mesmo em termos de indústria automóvel, esta década talvez tenha sido dos períodos mais intensos e com mais mudanças da história. A BMW gosta de trabalhar sempre com o futuro em mente e, ainda este ano, o nosso BMW iVision Dee mostrou o que pode ser um futuro talvez não tão distante assim. Para os próximos anos, a nossa plataforma Neue Klasse vai mostrar como a experiência de condução vai ser ainda mais personalizada, enriquecedora e elétrica.
A mobilidade elétrica é, naturalmente, o grande destaque, mas, se tivesse de resumir tudo a uma só mudança no setor, diria que o mais relevante é o peso que a sustentabilidade ganhou, e merecidamente. No contexto atual, marcas que atuam no setor premium, como a BMW, não se podem focar apenas na qualidade, exclusividade ou experiência, sem se focarem na sustentabilidade. Isto é uma mudança de paradigma, que obriga a que as marcas saibam estar na vanguarda da inovação, sem nunca perderem de vista este objetivo coletivo de termos uma mobilidade mais sustentável. Naturalmente que este paradigma também se reflete em termos de comunicação. A parte mais relevante é que não basta dizer que somos mais ecológicos. A comunicação deve ser baseada em factos e na transparência. E é isso que também nos deixa confiantes: na BMW, é genuíno quando afirmamos que vamos continuar na vanguarda da indústria trilhando um caminho ambicioso em termos de descarbonização.             

E no que toca a vendas, no futuro, terá o online um papel mais determinante, ou o consumidor continuará a preferir o stand, para efetivamente efetuar a compra?
Na BMW, o que nos move, em todas as nossas decisões estratégicas, é o serviço de excelência que queremos entregar aos nossos clientes. A digitalização é uma realidade e temos noção de que, hoje em dia, o que os clientes esperam do processo de compra está a mudar. Na Europa, onde esta realidade se coloca com maior relevância, o BMW Group vai apostar num modelo de venda direta, com o objetivo de responder às expectativas dos clientes e privilegiando cada vez mais uma experiência de atendimento premium digital. É um processo que vai ser longo, com início já em 2024 na MINI, sendo que, em 2026, chegará à BMW. Gostaria ainda assim de esclarecer que este modelo de vendas não exclui os nossos parceiros, atualmente designados por «concessionários» e, no futuro, por «agentes». Os agentes irão continuar a desempenhar um papel fundamental no processo de venda através do aconselhamento e acompanhamento dos clientes. 
Estamos convencidos de que esta mudança irá beneficiar todas as partes envolvidas no processo de compra: os clientes, que terão uma experiência de compra cada vez mais diferenciada; os agentes, que poderão continuar com um modelo de negócio atrativo; e, nós, naturalmente, já que no cerne de todo o processo está o objetivo de termos um contacto ainda mais direto com os nossos clientes. 

Carros elétricos ou carros a combustão?
Enquanto fabricante automóvel, temos noção de que há uma variedade de fatores que influenciam uma pessoa a adquirir um veículo novo. Um processo de transição energética é inevitavelmente longo e creio que estamos numa fase do mercado em que cada vez mais as pessoas ponderam bem o tipo de utilização que contam fazer no momento de aquisição de um veículo. Mas, na BMW, sempre defendemos que não há apenas uma solução de descarbonização. Estamos na dianteira da mobilidade elétrica, mas conscientes de que não apostamos apenas numa só tecnologia. O BMW Group está também a desenvolver a tecnologia a hidrogénio fuel cell, tendo atualmente uma frota de BMW X5 a circular que utiliza esta tecnologia; e motorizações a combustão mais eficientes. No futuro, acreditamos que iremos disponibilizar aos nossos clientes um conjunto diversificado de soluções para dar resposta às suas necessidades de mobilidade (combustíveis fósseis, elétrico, híbrido e hidrogénio).
Na BMW, sabemos bem que cada cliente é diferente, mas todos têm em comum a mesma expectativa em relação à marca: uma experiência de condução premium, acompanhada de um serviço de atendimento de excelência.
Maria Cruz
T. Maria Cruz
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