É natural de Lisboa, teve
sempre uma veia política, foi jornalista...
Fui, não! Sou.
Ainda é...
Acho que serei sempre.
Tornou-se um grande
empresário...
Ainda hoje (28-06-2017) estive num
sítio, onde me deram uma notícia, e a primeira coisa que fiz foi publicar essa
notícia num dos meios de informação e comunicação social ao qual estou ligado.
Ainda tem essa veia
jornalística?
Não é ainda, corte o ainda.
Tem saudades do tempo em que
praticava mesmo jornalismo?
Continuo a fazer bastante jornalismo,
não tanto quanto desejaria, mas vou muito a tempo da evolução do jornalismo, e,
sobretudo, acompanho muito todas as mudanças de conteúdo importantes, na
televisão, na imprensa, nos sites… E não é só
acompanhar, estou muito presente nas decisões finais.
Faz por estar sempre a par de
tudo o que acontece ao seu redor?
Claro! Não intervenho nas decisões do
dia a dia, porque nessas é evidente que tem que haver liberdade e
responsabilidade por parte dos diretores.
Tornou-se um grande
empresário... Com certeza tem orgulho no percurso que fez. Ainda assim, se
pudesse voltar atrás, o que é que mudaria?
(Silêncio). É difícil de responder.
Acho que nos vamos tentando adaptar bastante à evolução tecnológica e à
evolução política. Televisão privada não existia. Logo que ela foi possível,
nós já estávamos prontos para atuar e para fazer o canal. Podíamos ter feito
mais cedo. O que eu lamento é que não tenha havido, em alguns casos, condições
políticas, sobretudo, para avançarmos mais cedo, e que aí tenhamos perdido
tempo. Também me parece que quando acreditámos na Internet, quando foi a
primeira bolha em 2000, 2001, por aí, acreditámos que quase toda a gente, no
mundo da comunicação social, podia oferecer os conteúdos, porque seria tal o
ingresso, em termos de receitas publicitárias, que seria seguramente
recompensador. Portanto, não termos cobrado logo no princípio pelos conteúdos,
torna isso, hoje em dia, mais difícil.
Foi o maior erro, de certa
forma...
Sim. Não foi só meu, foi de toda a
gente no mundo, não só em Portugal.
«Um
jornalista competente tem de ser, cada vez mais, capaz de trabalhar com meios
digitais»