Fundador da Saraiva+Associados, Miguel Saraiva tem levado, aos quatro cantos do mundo, a boa arquitetura. Está entre os 100 melhores do mundo. Motivo de orgulho. Dedica horas sem fim aos sketches e é na busca por fazer melhor que o arquiteto vive intensamente. Somos capazes de ver outros horizontes pelos olhos do Miguel. A imensidão do seu trabalho é apreciável. Gosta de viajar porque é através dessas viagens que adquire novas ferramentas e ideias. Gosta de criar. Das artes. Da liberdade. Exige perfeição no que faz. Reflete e desenha. Vezes sem conta. E é nos traços da alma que o artista pauta objetos para a vida. Dá valor ao conhecimento e às pessoas que conhece nas suas jornadas, porque aprecia as culturas universais. Perde-se a conta à quantidade de obras espalhadas pelo mundo, mas uma coisa é certa: no seu quotidiano está enraizado o domínio da arquitetura e do urbanismo e uma capacidade de abertura a novos horizontes.
Se lhe fosse possível eleger, quais seriam os momentos que mais marcaram o país e o mundo nestes últimos 20 anos e porquê?
Nas últimas duas décadas, passámos por episódios marcantes e que tiveram consequências que ainda hoje se sentem, e diria também que o ritmo de transformação nunca foi tão rápido como hoje. Em 2006, por exemplo, não havia smartphones, dispositivos que mudaram completamente a forma de nos relacionarmos, de aceder à informação ou de trabalhar. Houve outros episódios que também moldaram a forma como vivemos hoje. À escala global, destacaria os ataques de 11 de setembro e, mais recentemente, a pandemia. No ano 2000, os EUA beneficiavam de um status quo de potência mundial intocável, que se desmoronou com a queda das Torres Gémeas em Nova Iorque. E, em 2019, os temas da sustentabilidade, da digitalização e da saúde mental não tinham a importância que hoje lhes atribuímos. Numa perspetiva nacional, eu destacaria os anos da Troika, uma fase muito difícil para as famílias e para os empresários e que nos obrigaram a um esforço incrível de adaptação e de superação.
Profissionalmente, qual foi o momento mais decisivo para si nestas duas décadas?
Costuma dizer-se que «depois da tempestade vem a bonança». Esse momento de viragem, na minha opinião, deu-se em 2014. Foi o ano em que começámos a vencer a crise financeira, iniciou-se o período de recuperação económica e, consequentemente, os níveis de confiança dos portugueses aumentaram. A partir desse momento, por exemplo, a face da cidade de Lisboa começou a mudar e muito se deve à recuperação urbanística e ao aumento do investimento imobiliário na capital. A cidade passou a ter um ambiente mais risonho, mais fresco e mais moderno, sem, no entanto, ter perdido a autenticidade de bairro histórico que a caracteriza e que todos valorizam.
Qual seria, no seu entender, a grande mudança que o país e o mundo precisariam operar nos próximos 20 anos?
Cerca de 65% da população mundial vive nas cidades e a tendência é para que o número aumente. A forma como vivemos as cidades é crucial para o nosso bem-estar pessoal e profissional. A pandemia trouxe para a discussão a necessidade de termos cidades mais amigas dos seus habitantes, mais sustentáveis, com menos ruídos intrusivos, com mais espaços verdes e mais luz. Para isso, precisaremos de ter planos urbanísticos para as cidades com critérios objetivos que privilegiem a harmonia entre a funcionalidade, a estética e conforto.
Se lhe fosse possível eleger, quais seriam os momentos que mais marcaram o país e o mundo nestes últimos 20 anos e porquê?
Nas últimas duas décadas, passámos por episódios marcantes e que tiveram consequências que ainda hoje se sentem, e diria também que o ritmo de transformação nunca foi tão rápido como hoje. Em 2006, por exemplo, não havia smartphones, dispositivos que mudaram completamente a forma de nos relacionarmos, de aceder à informação ou de trabalhar. Houve outros episódios que também moldaram a forma como vivemos hoje. À escala global, destacaria os ataques de 11 de setembro e, mais recentemente, a pandemia. No ano 2000, os EUA beneficiavam de um status quo de potência mundial intocável, que se desmoronou com a queda das Torres Gémeas em Nova Iorque. E, em 2019, os temas da sustentabilidade, da digitalização e da saúde mental não tinham a importância que hoje lhes atribuímos. Numa perspetiva nacional, eu destacaria os anos da Troika, uma fase muito difícil para as famílias e para os empresários e que nos obrigaram a um esforço incrível de adaptação e de superação.
Profissionalmente, qual foi o momento mais decisivo para si nestas duas décadas?
Costuma dizer-se que «depois da tempestade vem a bonança». Esse momento de viragem, na minha opinião, deu-se em 2014. Foi o ano em que começámos a vencer a crise financeira, iniciou-se o período de recuperação económica e, consequentemente, os níveis de confiança dos portugueses aumentaram. A partir desse momento, por exemplo, a face da cidade de Lisboa começou a mudar e muito se deve à recuperação urbanística e ao aumento do investimento imobiliário na capital. A cidade passou a ter um ambiente mais risonho, mais fresco e mais moderno, sem, no entanto, ter perdido a autenticidade de bairro histórico que a caracteriza e que todos valorizam.
Qual seria, no seu entender, a grande mudança que o país e o mundo precisariam operar nos próximos 20 anos?
Cerca de 65% da população mundial vive nas cidades e a tendência é para que o número aumente. A forma como vivemos as cidades é crucial para o nosso bem-estar pessoal e profissional. A pandemia trouxe para a discussão a necessidade de termos cidades mais amigas dos seus habitantes, mais sustentáveis, com menos ruídos intrusivos, com mais espaços verdes e mais luz. Para isso, precisaremos de ter planos urbanísticos para as cidades com critérios objetivos que privilegiem a harmonia entre a funcionalidade, a estética e conforto.