«Hoje o tecido empresarial está vivo e capacitado, depois de
dois anos de paragem absoluta»
O que mais aprendeu o turismo português com
estes dois últimos anos de pandemia?
Aprendeu que as parcerias público-privadas estão cá para
ficar. Se há um setor em que há um diálogo constante entre estes dois mundos, é
o setor do turismo. Na pandemia, trabalhámos todos juntos, não para sobreviver
apenas, mas para liderar assim que as restrições de viagem fossem aligeiradas
ou eliminadas. O setor é, hoje, novamente, um motor fundamental da nossa
economia.
Que grandes medidas estão a ser tomadas
para tornar o Turismo português mais sustentável?
Já em 2017 a Estratégia Turismo 2027 identificou metas de
sustentabilidade social, económica e ambiental com vista a posicionar Portugal
como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo.
Nessa altura, definimos linhas de atuação assentes no financiamento e na
capacitação das empresas para apoio nos processos de inclusão de critérios de
sustentabilidade nas suas estratégias e operações. À data de hoje, e de entre
as mais de uma centena de ações em curso, será de sublinhar o Programa Empresas
Turismo 360°. O objetivo deste programa passa por acelerar o processo de
incorporação dos indicadores Environmental, Social and Corporate
Governance (ESG) nas organizações, desafiando as empresas a,
ativamente, reequacionarem as suas práticas ambientais, sociais e de
governança. A aposta passa pelo desenvolvimento de ações que incluem a
capacitação das empresas do turismo para a incorporação dos indicadores ESG nos
respetivos processos de gestão, a disponibilização de instrumentos de
monitorização, de modelos de relatórios de sustentabilidade e a promoção do
reconhecimento público das organizações. É um programa pioneiro a nível
mundial.
Quais as metas em termos de números para os
próximos quatro anos, principalmente para o interior?
O plano Reativar Turismo estabelece quatro pilares de
atuação – apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir futuro
– e é composto por ações específicas que, a curto, médio e longo prazo,
permitirão transformar o setor e posicioná-lo num patamar superior de criação
de valor, contribuindo de forma expressiva para o crescimento do PIB e para uma
distribuição mais justa da riqueza, também no interior. Este plano permitirá
ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2027 de uma
forma sustentável, gerando riqueza e bem-estar em todo o território, ao longo
de todo o ano e apostando na diversificação de mercados e segmentos.