Homem da Ciência, cedo se evidenciou como ativista político. Tiago Brandão Rodrigues vai no segundo mandato, acontecimento inédito para um ministro da Educação, e enfrenta, assim, um dos maiores desafios da sua vida. Uma verdadeira aventura na carreira política. Passa meses sem folgas, dias sem tempo para a família e amigos, mas é o sentido de missão que o faz levar avante todo este percurso. O «homem do Norte», de Paredes de Coura, dedicou parte da sua vida à Investigação científica, passou por Dallas, Madrid e Cambridge; foi financiado pela Comissão Europeia, através do Programa Marie Curie e pela Organização Europeia de Biologia Molecular; publicou vários artigos da especialidade; e, entre tantas andanças, regressou a Portugal com um sentido de dever e missão.
Se lhe fosse possível eleger, quais seriam os momentos que mais marcaram o país e o mundo nestes últimos 20 anos?
O tempo em que vivemos, que sonhávamos esgotar-se em breves semanas e se prolonga já há mais de ano e meio, mostrou-nos como o mundo, que gira a uma velocidade vertiginosa, consegue comprimir muito tempo num único instante. Este é, pois, um exercício complexo: o de olhar para as últimas duas décadas e ver o que mais nos marcou – e deixou marcas – neste tempo. Marca o 11 de setembro de 2001, momento exato em que começou este século, que ainda estamos longe de conseguir caracterizar. Fez-nos perceber tão expostos quanto o sabíamos, mas bem mais frágeis do que desconfiávamos. Marca a pandemia de COVID-19 e tudo aquilo que ainda não adivinhamos como mazela, sequela e mudança deste tempo. E marcam a emergência e a presença das redes sociais, que nos vão acompanhando em todos os momentos destes anos, capturando-nos, como sociedade, na sua fina malha.
Profissionalmente, qual foi o momento mais decisivo para si nestas duas décadas?
De investigador ao serviço da Ciência a responsável político ao serviço da Nação, estas têm sido duas décadas em que, todos os dias – mesmo nos mais difíceis – sinto o privilégio de servir. No meu livro destas duas décadas, vivi sempre com o dever e a obrigação de fazer: cumprir o doutoramento entre Madrid, Dallas e Coimbra, ‘conquistar’ a ciência em Cambridge e regressar a Portugal para ter o tal privilégio de servir, num período tão diferente para o país e para o mundo como aquele em que nos encontramos. E sempre recordando as palavras do padre António Vieira, que abundantemente relembro: «Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos.»
Qual seria, no seu entender, a grande mudança que o país e o mundo precisariam operar nos próximos 20 anos?
A grande mudança seria concretizarmos plenamente a modernidade. Conseguirmos condições para que, unidos pelos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, cada um de nós pudesse encontrar o espaço e o tempo para alcançar a sua emancipação plena, dispondo dos recursos materiais necessários para viver com dignidade e dos recursos imateriais para ser crítico e construtivo de si e do que o rodeia.
Se lhe fosse possível eleger, quais seriam os momentos que mais marcaram o país e o mundo nestes últimos 20 anos?
O tempo em que vivemos, que sonhávamos esgotar-se em breves semanas e se prolonga já há mais de ano e meio, mostrou-nos como o mundo, que gira a uma velocidade vertiginosa, consegue comprimir muito tempo num único instante. Este é, pois, um exercício complexo: o de olhar para as últimas duas décadas e ver o que mais nos marcou – e deixou marcas – neste tempo. Marca o 11 de setembro de 2001, momento exato em que começou este século, que ainda estamos longe de conseguir caracterizar. Fez-nos perceber tão expostos quanto o sabíamos, mas bem mais frágeis do que desconfiávamos. Marca a pandemia de COVID-19 e tudo aquilo que ainda não adivinhamos como mazela, sequela e mudança deste tempo. E marcam a emergência e a presença das redes sociais, que nos vão acompanhando em todos os momentos destes anos, capturando-nos, como sociedade, na sua fina malha.
Profissionalmente, qual foi o momento mais decisivo para si nestas duas décadas?
De investigador ao serviço da Ciência a responsável político ao serviço da Nação, estas têm sido duas décadas em que, todos os dias – mesmo nos mais difíceis – sinto o privilégio de servir. No meu livro destas duas décadas, vivi sempre com o dever e a obrigação de fazer: cumprir o doutoramento entre Madrid, Dallas e Coimbra, ‘conquistar’ a ciência em Cambridge e regressar a Portugal para ter o tal privilégio de servir, num período tão diferente para o país e para o mundo como aquele em que nos encontramos. E sempre recordando as palavras do padre António Vieira, que abundantemente relembro: «Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos.»
Qual seria, no seu entender, a grande mudança que o país e o mundo precisariam operar nos próximos 20 anos?
A grande mudança seria concretizarmos plenamente a modernidade. Conseguirmos condições para que, unidos pelos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, cada um de nós pudesse encontrar o espaço e o tempo para alcançar a sua emancipação plena, dispondo dos recursos materiais necessários para viver com dignidade e dos recursos imateriais para ser crítico e construtivo de si e do que o rodeia.