Recordar mentes marcantes e escrever sobre elas nem sempre é uma
tarefa fácil. Porque as palavras tornam-se parcas, assim como as páginas,
quando, na verdade, haveria tanto mais para se dizer. Nesta edição da V&G,
uma edição dedicada às Rivieras Portuguesas, quisemos lembrar o admirável André
Jordan – o homem que criou a Quinta do Lago, Vilamoura e o Belas Clube de
Campo, enquanto tantos outros desafios se lhe a figuravam ao longo da sua vida.
Eis o homem que transformou o turismo em Portugal. O homem que
nasceu na Polónia (em 1933), viveu no Brasil (onde a família
procurou refúgio em 1940, após perseguições nazis na Europa) e consagrou
grande parte do seu tempo a Portugal (veio para cá em
1970). Morreu em fevereiro último, aos 90 anos.
O empresário dedicou muito do seu tempo ao ramo imobiliário e ao
turismo. Grande parte da sua vida foi vivida em Portugal, país onde nasceram
dois dos seus quatro filhos (casou quatro vezes) e onde nasceram os netos.
André Jordan, também conhecido como o Rei do Turismo Português,
sonhou com um resort de alta qualidade, que refletisse um estilo de vida
único. Sonhou e realizou. Assim surgiu a Quinta do Lago, em 1971, que, em
finais dos anos 80, vendeu para abraçar um outro projeto – o Belas Clube de
Campo. Pelo caminho, voltou ao Algarve, enquanto empresário, mais precisamentea
Vilamoura (em 1995), para desenvolver o projeto Vilamoura XXI, destino onde uma
das ruas passou a designar-se Avenida Comendador André Jordan.
Tributo a André Jordan
O homem que sonhou e marcou o turismo português
André Jordan, o homem que transformou o turismo em Portugal
Aos nossos olhos, sempre o vimos como um homem de bom gosto,
equilíbrio e elegante.
Marcou presença regular em vários artigos de opinião nos
principais jornais portugueses e brasileiros, e mesmo na V&G.
Foi autor de sete livros, sendo o mais recente intitulado Uma Viagem pela
Vida. Foi condecorado em Portugal, no Brasil e no Reino Unido –pelo estado
português, com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito. É, ainda, Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Recebeu vários prémios de carreira, muitos ligados ao turismo. Recebeu a Medalha
de Ouro das cidades de Loulé e de Sintra. Foi-lhe atribuída a chave da
cidade de Nova Iorque. Entre tantas outras distinções, em 2023, foi-lhe atribuída
a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Comercial, por Marcelo Rebelo de Sousa.
Jordan escreveu a sua história em livro. Gostava de cantar e de dançar.
Talvez lhe tenham ficado por realizar muitos outros sonhos e desejos, mas uma
coisa é certa: André Jordan viverá na memória dos que sempre o admirarem.
Fecha-se esta história, mas o legado permanecerá por muitas mais páginas, como uma
lição de vida, repleta de feitos que marcam o turismo nacional.