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Abílio Pereira

CEO da Elmate

É natural de Guimarães. Desde muito cedo viu o mundo do trabalho como foco. O pai faleceu, quando Abílio era ainda uma criança de 4 anos. A mãe, seu ídolo, mulher lutadora, criou quatro filhos numa época em que as dificuldades eram muitas. Abílio Pereira sempre trabalhou no têxtil. Aos 20 anos aventurou-se sozinho. Belém, sua esposa, dava aulas de Francês, mas, passados uns anos, passou a trabalhar na empresa. «E juntos criámos isto», conta Abílio. Uma empesa com 52 funcionários, a trabalhar para marcas internacionais, tais como a Ami Paris, a Dior e a Sézane.

Abílio Pereira
Foi em 1988 que se lembrou de criar uma empresa de confeção de malhas. O que o levou a fazê-lo?
Queria ser independente. Quando abri a empresa, era uma empresa que prestava serviços para outras empresas. Nós éramos subcontratados. Mas a minha ambição, o meu projeto, era chegar onde cheguei: ter vinte e tal máquinas de teares retos, e conseguir ter instalações próprias. Tenho mais alguns objetivos, mas não sei se os vou concretizar.

Que objetivos? O que é que gostava para a Elmate no futuro?
Há uma máquina, que saiu há vinte anos, mas que agora está mais eficaz, e que faz peças sem costuras. No nosso ramo isso existe muito nas t-shirts, nos artigos desportivos. Fui ao Japão, no início de junho, para ver as máquinas, as novas tecnologias e acho que está na altura de comprar essa máquina. Se bem que não sei se vou investir, pois estou a ficar cansado.

Passou por várias crises… Como conseguiu ultrapassar essas fases?
Tive períodos muito difíceis. Em meados de 2007, 2008, fomos obrigados a efetuar despedimentos, coisa que não queríamos fazer, pois quando contratamos uma pessoa é com o objetivo de que ela faça parte da família da empresa e se sinta em casa. Essa fase foi muito dolorosa. Mas, apesar de todas as vicissitudes, conseguimos chegar onde estamos hoje. Estamos bem, temos bons clientes e trabalhamos para boas marcas.
«A minha ambição era chegar onde cheguei: ter vinte e tal máquinas de teares retos, e conseguir ter instalações próprias»
Com que mercados é que trabalha?
O nosso mercado mais forte é o francês. É o que mais nos interessa, porque os nossos clientes franceses vão comunicando entre eles e vão passando a palavra uns aos outros, dizendo que há uma empresa em Portugal que é muito boa.

Que marcas podemos associar à Elmate?
Neste momento trabalhamos com a Ami Paris, que é uma marca muito conceituada. Com a Dior, com a Cezanne, que é uma marca com meia dúzia de anos, mas que está com uma projeção enorme. 

É fácil manter uma estrutura desta dimensão?
Não, cada vez é mais difícil, pois a mão de obra é escassa. A nível de confeção, fazemos muita coisa fora, porque não há gente para trabalhar. A tecelagem é feita toda cá dentro, porque requer muita atenção.

Trabalha o mercado nacional?
Não. Já trabalhámos o mercado nacional e tivemos muitos problemas com algumas empresas. O nosso foco é o mercado internacional: francês, inglês, holandês, belga, etc. O nosso maior fundo de rendimento é o mercado francês, mas estamos a trabalhar outros mercados.


Maria Cruz
T. Maria Cruz
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