Augusto Vasconcelos
Abílio Pereira
Alexander Laut
Designer de joias
Nasceu em Moscovo e licenciou-se em Medicina. As situações menos boas a que assistiu enquanto médico mudaram o rumo à sua vida. Emigrou para os EUA e teve muitas profissões. O caminho até ao sucesso como designer de joias foi longo, mas hoje em dia Alexander Laut é reconhecido pelas suas joias intemporais com laivos de excentricidade. Estabeleceu-se em Lisboa há dois anos e sente-se «um designer russo-americano-português». «Depois do grande sucesso na Ásia, na América e no Médio Oriente», crê que a sua arte será reconhecida também na Europa.
Ser um reconhecido designer de joias é um sonho tornado realidade?
Com efeito, é. Sempre quis deixar a minha marca no mundo das joias, embora tenha sido influenciado pelo trabalho de René Boivin, Verdura e Harry Winston. O meu caminho tem sido longo, levou duas décadas, mas desde o início sabia que estava no caminho certo. Colocar o próprio nome na alta joalharia é uma responsabilidade enorme da qual sempre tive consciência.
O que estimula a criatividade de Alexander Laut?
Antes de mais, as próprias pedras preciosas são o elemento determinante de cada peça, o ponto de partida. Os meus designs nascem nas minhas viagens para destinos exóticos: Havai, Japão, Macau, onde tive a sorte de passar algum tempo. Desde que me instalei em Portugal, há dois anos, a história e a arquitetura de Lisboa, a magia dos azulejos e a colorida cultura do país tiveram um forte impacto nas formas e cores da joalharia de Alexander Laut.
«A história e a arquitetura de Lisboa, a magia dos azulejos e a colorida cultura do país tiveram um forte impacto nas formas e cores da joalharia de Alexander Laut»
O que torna as suas joias diferentes das demais?
Honestidade e criatividade. A honestidade está na singularidade e sensualidade da pedra central, um produto da natureza. A criatividade é quando uma pedra incrivelmente importante chega nas suas mãos e não permite que o seu ego de designer a traia. As minhas joias também se distinguem pelo design clássico intemporal com uma pitada de excentricidade.
Tem uma boutique em Lisboa. Como tem sido a receção dos portugueses às suas criações? E no mundo, as joias Alexander Laut continuam a ter o sucesso ambicionado?
Não sou uma pessoa ingénua; entendo perfeitamente que a Alexander Laut é uma recém-chegada. Portugal tem a sua própria história de joalharia, mas, depois de viver aqui algum tempo, tenho orgulho em dizer que sou um designer russo-americano-português. Além disso, estou a ver Lisboa a transformar-se numa cidade cosmopolita. Acredito que as minhas joias falam a sua língua, e a minha arte será reconhecida. No mundo, estou a ter ainda mais do que esperava. Se acreditarmos no que fazemos, acabamos por obter o apoio de especialistas e colecionadores de todo o mundo.
Onde pretende chegar a marca Alexander Laut no futuro?
Como uma marca relativamente jovem, com uma história de menos de 25 anos, continuo humilde e, ao mesmo tempo, muito forte. Depois do grande sucesso na Ásia, na América e no Médio Oriente, gostaria de me reestabelecer como um artista de joalharia proeminente europeu. Em terras portuguesas, sinto-me finalmente em casa e estou aqui para ter sucesso e para ficar.