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Alfredo Cunha

Fotógrafo

Tem uma longa carreira atrás de si e já ninguém lhe tira o lugar na história da fotografia em Portugal. Alfredo Cunha registou alguns dos momentos mais importantes das últimas décadas, mas também encontrou nos rostos e momentos simples um testemunho da humanidade. São dele algumas das melhores imagens do 25 de abril e da Descolonização, mas também das gentes do Douro e dos peregrinos de Fátima, não esquecendo os anos como fotógrafo oficial da Presidência da República, com Ramalho Eanes e Mário Soares. Esteve até há poucos anos na comunicação social, ajudando a afirmar a fotografia neste meio e a criar um período histórico no jornalismo português, numa fase claramente animada pela conquista da liberdade de expressão, como foi a do pós-25 de abril. Continua a fotografar, sempre, mas também ocupa muito do seu tempo a preparar exposições e livros. Aquilo que não se vê do seu trabalho nos jornais, vê-se agora em galerias e livrarias, num registo mais pensado e planeado. 

Alfredo Cunha
Tem feito exposições e publicado livros, o que obriga a rever muitas das suas imagens. Consegue encontrar nelas uma marca autoral? 
Em quarenta e oito anos de carreira, a minha fotografia tem sido marcada pelo humanismo, a verdade e um posicionamento social de defesa dos mais desfavorecidos! Tecnicamente, o preto e branco tem sido a minha linguagem fotográfica.

A fotografia não é só um conhecimento técnico, como se sabe. Quais são as outras capacidades que considera importantes? 
Perseverança, trabalho e rigor.

Toda a gente conhece e admira as suas imagens do 25 de abril e da Descolonização, por exemplo, mas há alguma série que considere particularmente boa e não seja tão conhecida como devia?
As fotografias da guerra do Iraque, e o meu trabalho com a AMI, aquilo que classifico de jornalismo humanitário.
«As boas fotografias estão em todo lado, só temos de as encontrar»
Precisa de estar em situações socialmente fortes ou históricas para conseguir imagens com o impacto que procura? Um local banal, num dia normal, podem dar-lhe matéria suficiente?
As boas fotografias estão em todo lado, só temos de as encontrar.

Como foi participar num dos melhores períodos do jornalismo português? Teve noção disso enquanto lá estava? 
Sempre tive uma clara noção do meu tempo, assim como hoje sei que já passou.
T. Sérgio Gomes da Costa
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