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Luxo, Sustentabilidade e Seguros: Um Caminho Convergente

Ana Cristina Borges

MDS Portugal | ExecutiveDirector

Ana Cristina Borges

Nos últimos anos, o mercado de luxo tem testemunhado uma transformação profunda. A experiência do luxo tem deixado de ser apenas material, passando a integrar a consciência ecológica como um valor essencial. O luxo sustentável não se limita à mera ostentação; evolui para refletir uma filosofia mais profunda, que combina a elegância intemporal com a responsabilidade ambiental e social.
As marcas de luxo têm assim vindo a integrar a sustentabilidade nos seus valores e práticas, não apenas para responder às exigências regulatórias, como também às expectativas dos consumidores, promovendo iniciativas como o Fashion Pact e o Responsible Jewellery Council. Ao fazê-lo, reconhecem que, embora luxo e sustentabilidade possam parecer, à primeira vista, opostos, na verdade partilham princípios fundamentais como qualidade, inovação e um forte compromisso com a ética.
Incorporar a sustentabilidade na estratégia de uma marca exige mais do que uma simples adaptação. Exige autenticidade, transparência e um planeamento rigoroso e é neste contexto que as seguradoras e os corretores de seguros assumem um papel estratégico.
Além de estarem comprometidos em desenvolver soluções de seguros e serviços alinhados com os padrões ESG, promovendo práticas sustentáveis, as seguradoras e os corretores de seguros compreendem as especificidades do mercado de luxo — desde a complexidade das cadeias de fornecimento até aos desafios geopolíticos e regulatórios. Desta forma, podem oferecer soluções personalizadas, ajustadas às necessidades das marcas, desempenhando um papel fundamental na gestão, prevenção e transferência de riscos.
À medida que as marcas de luxo adotam materiais e processos inovadores e mais sustentáveis, surgem novos riscos, particularmente no desenvolvimento de produtos e na gestão das cadeias de fornecimento, mais suscetíveis a instabilidades de mercado e escassez de recursos. Esses desafios podem ser eficazmente mitigados através de apólices específicas, como seguros de responsabilidade civil do produtor ou de interrupção do fornecimento, garantindo a estabilidade das operações.
Num contexto regulatório cada vez mais rigoroso em relação às práticas ESG, os seguros desempenham também um papel fundamental na gestão de riscos ligados à governação corporativa, proteção de dados, reputação e cibersegurança— áreas essenciais num mercado onde a confiança e a privacidade dos clientes são fundamentais. Seguros como os de responsabilidade civil dos gestores (D&O) e de cibersegurança que, além das coberturas por danos, incluem coberturas como a gestão de crises e custos com relações públicas, respondem a estas preocupações e protegem tanto o património como a imagem das marcas.
Além disso, a indústria seguradora incentiva práticas sustentáveis, oferecendo, sempre que possível, condições mais favoráveis a empresas que adotem medidas de gestão de risco ambiental. Este compromisso não só resulta numa redução dos custos com seguros, como também confere às marcas uma vantagem competitiva num mercado cada vez mais atento à sustentabilidade.
Sem dúvida que, hoje, sendo a sustentabilidade um pilar fundamental do mercado de luxo, os seguros, além da sua função de proteção, assumem um papel crucial na gestão de riscos ambientais, ajudando as marcas a alinhar os seus valores com as expectativas de um crescimento sustentável.

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