A mulher no universo da arquitetura
Sónia Abreu
Saúde mental nas empresas
Ana Ruivo
CEO da TEAM 24
Negócio pode lucrar com a aposta na saúde mental
A saúde mental é um dos temas mais quentes do momento, e não é por acaso! Estima-se que dois em cada cinco portugueses sejam afetados por alguma questão do foro mental. Este dado é, por si só́, alarmante, e mais ainda quando o comparamos com a média europeia, onde nos posicionamos 33% acima (Eurobarómetro, 2022).
A saúde mental e o bem-estar emocional têm um enorme impacto na vida pessoal e, inevitavelmente, na vida profissional. A nossa capacidade de atenção, foco, determinação, motivação e resiliência ficam extremamente afetados quando problemas da vertente emocional e psicológica nos perturbam. Segundo a OMS, só́ podemos afirmar ter saúde se sentirmos um estado pleno de bem-estar físico, mental e social. E só́ assim somos capazes de explorar as nossas capacidades, lidar com o stresse normal do dia a dia, trabalhar produtivamente e contribuir para a comunidade.
As empresas têm o dever de cuidar da saúde mental das suas pessoas, proporcionar condições de trabalho que evitem riscos psicossociais e atentar na prevenção e diagnóstico precoce deste tipo de problemas. A promoção da saúde mental e do bem-estar é um dos melhores investimentos para as organizações se manterem sustentáveis, produtivas e competitivas (DGS, 2022).
Em 2021, Portugal ocupou o 1.º lugar do ranking dos países da UE com maior risco de burnout ou esgotamento profissional. Perante estes dados é urgente que os líderes das empresas tomem medidas para evitar este flagelo humanitário, com consequências diretas nas pessoas e no negócio. É importante consciencializar e sensibilizar a liderança sobre o impacto e o retorno do investimento que as estratégias de promoção de saúde mental têm na produtividade e sustentabilidade da empresa. Partilho alguns números que podem ajudar a clarificar esta questão: as empresas portuguesas perdem cerca de 5.3 mil milhões de euros de produtividade devido ao absentismo e presentismo, causados por problemas de saúde mental; perdem 8 dias de trabalho por absentismo e 16 dias de trabalho devido ao presentismo. Em resumo, podemos afirmar que 1.4% do volume de negócio das empresas portuguesas é perdido devido a perdas de produtividade relacionadas com a saúde mental (Relatório Prosperidade e Sustentabilidade das Organizações. OPP, 2023).
Enquanto CEO da TEAM 24, empresa que se dedica à promoção da saúde mental nas organizações, não poderia deixar de partilhar estes números e de partilhar, também, o impacto positivo que este tipo de medidas tem na minha equipa. Com a implementação de medidas promotoras de bem-estar, saúde mental e work-life-balance, consegui triplicar os índices de produtividade, obter uma taxa de absentismo de 1.4%, uma taxa de turnover de 2.5% e um índice de satisfação interna de 98%. Estes são indicadores que demonstram que cuidar do bem-estar das pessoas, promover o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e promover um ambiente de trabalho saudável são estratégias imprescindíveis para fazer o negócio crescer.
Vale a pena investir nas pessoas porque são elas que fazem o negócio crescer!