Há 50 anos por Portugal
André Jordan
O Algarve, de um ponto de vista diferente
Agnieszka Kijonka
DA CPLP
António Rebelo de Sousa
Economista
Muito se tem falado sobre a necessidade de se assegurar a mobilidade de recursos humanos no quadro da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Trata-se de um objetivo louvável, mas que implicará uma adequada articulação entre os diferentes países membros da CPLP e as respetivas áreas de integração em que estão inseridos. Se Portugal assumiu compromissos no quadro da UE, Cabo Verde e Guiné-Bissau pertencem à CEDEAO, São Tomé e Príncipe participa na CEMAC, Angola e Moçambique na SADC e o Brasil no Mercosul, pelo que não se apresenta da maior simplicidade atingir, num curto espaço de tempo, tal desiderato.
Mas, seria possível iniciar esse processo apostando na criação de uma União Lusófona da Ciência e Cultura-ULCIC, a qual corresponderia a um importante primeiro passo nesse sentido. Um projeto de construção da ULCIC não encontraria, em princípio, grandes resistências ao nível das diferentes áreas de integração, garantindo a livre circulação de professores e estudantes universitários, bem como de investigadores, no conjunto de países da CPLP. Trata-se de um contributo para o desenvolvimento da comunidade científica e cultural lusófona que em nada afetaria a segurança das regiões em que os diferentes países da CPLP estão inseridos.
Na vida é preferível começar pelo possível do que prometer o impossível, gerando frustrações e, claro está, incompreensões radicalizantes a longo prazo.
Trata-se de uma abordagem gradualista, tão do agrado de reformistas como o autor deste texto e tão criticada pelos partidários das sucessivas ruturas que, em regra, conduzem ao abismo.
Um projeto modesto nos seus objetivos?
Não, muito pelo contrário, um projeto ambicioso, mas que procura ser realista.
Nem mais, nem menos...