DO TURISMO DE QUALIDADE

A ideia de que importa, sobretudo, explorar mercados menos desenvolvidos e, por isso mesmo, menos competitivos, uma vez que tal permite, mais facilmente, aproveitar as oportunidades de negócio e maximizar os rácios de rendibilidade, apresenta-se muito discutível.

Faz lembrar aquele aluno que não consegue obter notas elevadas em universidades exigentes e com uma elevada qualidade de ensino e que, por isso mesmo, prefere frequentar universidades menos exigentes e de pior qualidade, porque aí tem a possibilidade de obter boas classificações.

Nada de mais enganador.

Quando confrontado com o mercado de trabalho, constata que teria sido preferível ter um 13 numa universidade de grande qualidade, altamente exigente, do que ter um 18 numa universidade de segundo ou de terceiro plano.

Também na atividade empresarial, o que mais interessa é ser-se competitivo entre os mais competitivos, prestar-se um bom serviço entre os melhores e apostar-se na sofisticação entre os mais sofisticados.

Joan Magretta vai mesmo mais longe do que Michael Porter, afirmando que o que interessa não é ser-se o melhor, mas antes o único.

Único, não no sentido da aposta no monopólio, mas antes no sentido da aposta na apresentação de particularidades ou de especificidades que tornam o produto diferente dos produtos apresentados pelos concorrentes no mesmo setor.

Trata-se de compreender a relevância da especialização intrassectorial versus especialização intersectorial.

E é neste domínio que importa perceber a relevância de um turismo de qualidade para o nosso país.

Construção excessivamente teórica?

Muito pelo contrário: conhecimento de uma realidade cuja dinâmica transformadora se apresenta imparável.

Nem mais, nem menos…