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Economista

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Durante muito tempo, entendeu-se que a política cambial mais não era do que um mero instrumento de política económica conjuntural, ligada à problemática do reequilíbrio das Contas Externas. Todavia, autores como Arthur Lewis ou, ainda, como Branson e Katseli chamaram a atenção para a importância da estabilidade cambial e do que designaram de «pegging practices» para o próprio desenvolvimento das economias em «transição».
Em boa verdade, as economias subdesenvolvidas ou as em vias de desenvolvimento padecem do que se designa de «círculo vicioso da pobreza», o qual consiste na ausência de capacidade de formação de poupança interna (necessária ao investimento) e, simultaneamente, na ausência de um forte mercado consumidor interno (também ele necessário a que exista incentivo ao investimento).
Ora, para se romper com o «círculo vicioso da pobreza» é necessário recorrer ao IDE – Investimento Direto Estrangeiro –, o que passa, em larga medida, pela componente psicológica do investimento. E não é possível recorrer, de forma sustentada e duradoura, ao IDE, se a economia em causa tiver uma moeda fraca, procedendo a desvalorizações sucessivas e não dispondo de reservas líquidas cambiais que lhe garantam a convertibilidade da moeda.
O investidor potencial não pretenderá investir moeda forte numa economia que não lhe assegure ser remunerado na moeda do país de origem ou, caso pretenda vender os seus ativos existentes na economia «periférica», ser ressarcido numa moeda de convertibilidade garantida.
Daí que qualquer PVD tenha a ganhar em procurar implementar uma política orientada para a estabilidade cambial. Porque tal irá influenciar positivamente o IDE na sua economia, dada a relevância da componente psicológica do investimento.
Dito de outro modo, a política de estabilidade cambial pode passar de política económica conjuntural a verdadeiro fator de desenvolvimento económico.
Nem mais, nem menos…
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