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Um novo «motor» da Economia?

António Rebelo de Sousa

Economista

António Rebelo de Sousa
Tem sido dito e redito que o setor turístico é importante para a economia nacional, mas que o setor de serviços não funciona como verdadeiro «motor» da economia. Seria, isso sim, necessário reindustrializar o país.
Sem se pretender pôr em causa a necessidade de reindustrialização da economia nacional, convirá, todavia, fazer uma breve reflexão sobre a relevância do setor de serviços. Durante anos considerou-se que os serviços deveriam ser um complemento da indústria. A indústria precisava de quem fizesse o marketing dos produtos, de quem comercializasse, de quem distribuísse, de quem transportasse e de quem financiasse. Logo, os serviços deveriam ser um complemento da atividade industrial. Só que os nossos amigos americanos descobriram que a Apple e a Microsoft, a título de exemplo, podiam criar novos produtos informáticos e, por essa via, desenvolver uma indústria informática de elevada qualidade e geradora de progresso tecnológico.
Mais, a Apple decidiu começar a investigar um novo tipo de automóvel inteligente, que poderá servir de «motor» à indústria automóvel. Trata-se da inversão do «ciclo produtivo»: os serviços não são somente um complemento da indústria, mas também o «motor» de uma certa industrialização.
Quando o turismo de qualidade servir de fonte de inspiração à criação de novos produtos alimentares, de novos veículos de transporte e, na área do «turismo de saúde», de novos medicamentos (com efeitos indutores na indústria farmacêutica), então, também neste domínio, haverá uma inversão do «ciclo produtivo».
Por outras palavras, perceber-se-á que os serviços poderão passar a ser um verdadeiro «motor» do desenvolvimento industrial.
Nem mais, nem menos…


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