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Augusto Vasconcelos

Arquiteto e CEO do Art’Cittá

Nasceu no Norte do país e foi no berço – obviamente Guimarães – que estabeleceu o gabinete de arquitetura, cuja origem está num trabalho de escola de quatro amigos. Atualmente Augusto Vasconcelos é o único proprietário do Art’Cittá, também ele um berço de ideias, de pedaços de cidades, edifícios e equipamentos, moradias e mobiliário, desde o tempo dos estiradores, das canetas a tinta da China e de outros recursos hoje em dia ultrapassados pelas inovações tecnológicas. De Guimarães rumou ao resto do país, atravessou fronteiras e continentes. 

Augusto Vasconcelos
Como nasceu a Art’Cittá?
A Art’Citta nasce de um trabalho de escola que reuniu, na altura, um grupo de colegas que já eram amigos. Curiosamente, alguns anos mais tarde, em finais da década de 80, este mesmo grupo, constituído pelos arquitetos Gonçalo Araújo, Jorge Quartim, Ana Sousa e eu próprio, constitui um gabinete de arquitetura herdeiro do mesmo nome. Atualmente, sou o único detentor da empresa Art’Cittá, Lda.

Há algum traço, estilo ou característica nos seus projetos que denunciem a sua autoria?
Não concebo a arquitetura como uma prática isolada. Todo o trabalho é resultante de um percurso que corre num fio condutor de memórias, e vivências. A experiência pedagógica, a prática escultórica, a pintura, o desenho e até a música, que até hoje me acompanham, não são inocentes nem ausentes no meu trabalho de arquiteto. Haverá, sim, um gesto próprio, que confere identidade ao trabalho deste gabinete, mas tudo se cruza, como uma reinvenção em cada projeto.
«Temos uma concentração de trabalho reconhecido em Portugal e Angola, fruto de longos anos de investimento»
Em que medida as inovações tecnológicas são importantes para o trabalho de um arquiteto?
É inegável que numa disciplina como a arquitetura a inovação tecnológica está presente, porque contribui para ultrapassar impasses e encontrar soluções, é um utensílio de trabalho valioso no processo de representação. Contudo, não substitui o desenho sem regras em que o traço flui, o trabalho de mão, a expressão, o gesto em diálogo com o raciocínio e o sentimento, a verdadeira assinatura do arquiteto.

Tem trabalhado em Portugal e também além-fronteiras, nomeadamente em Angola. Consegue apontar-nos dois projetos, um cá, outro em Angola, que o tenham marcado por serem grandes desafios?
Dedicamo-nos a todos os projetos com igual paixão, todos eles nos desafiam, nos provocam, geram grandes discussões na equipa. E, não raramente, são os mais pequenos os mais atrevidos.

Que novas ambições têm a Art’Cittá e o Augusto Vasconcelos para um futuro próximo?
Ambições temos muitas, estimulam-nos e impulsionam os nossos objetivos. Mas é um facto que temos uma concentração de trabalho reconhecido em Portugal e Angola, fruto de longos anos de investimento, o que tem sido, talvez, um entrave à descoberta de novos mercados.
T. Maria Amélia Pires
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