Humberto Barbosa
João Nicolau de Almeida
Henrique Marques e Rui Dinis
Fundadores do Spaceworkers
Há 11 anos, três amigos juntaram-se para fundar o atelier Spaceworkers. O Henrique e o Rui eram naturais de Paredes (cidade onde os arquitetos estabeleceram o gabinete de arquitetura), já a Carla Duarte era natural do Marco de Canavezes. Jovens e unidos criaram o atelier. Anos volvidos, dizem continuar na luta diária por fazer a diferença. Eles estudaram na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada do Porto (em anos letivos diferentes). Ela licenciou-se em Relações Internacionais Económicas e Políticas pela Universidade do Minho. Eles projetam traços únicos e distintivos, com identidade e emoções. A Carla é a responsável pela gestão e pela área financeira do atelier. Todos juntos gostam de acreditar que são «uma espécie de escultores de emoções e do tempo».
O Rui, o Henrique e a Carla, estão juntos desde 2007. Qual foi o maior desafio que encontraram ao longo destes 11 anos no atelier Spaceworkers?
O maior desafio foi conseguir sobreviver às condições adversas do mercado e resistir ao facto de não estarmos sediados num grande centro urbano, por opção, pois acreditamos que as pequenas cidades também merecem uma oportunidade. Para isso tivemos de nos ir reinventando enquanto atelier e explorando diferentes oportunidades de trabalho: desde a obra pública à obra particular, passando pela indústria e pelo pequeno escritório à obra de remodelação.
Procuram incutir nos vossos trabalhos inovação e emoção. Porquê?
Acreditamos que a arquitetura é muito mais do que uma simples construção para dar cumprimento a uma necessidade funcional. Na sua génese, e, de forma redutora, poderá começar por aí, mas acreditamos que, na realidade, deverá ser muito mais do que isso. Aquilo que realmente diferencia a arquitetura das construções comuns é precisamente a sua identidade e as emoções que ela nos transmite enquanto a percorremos. Gostamos de acreditar que somos uma espécie de escultores de emoções e do tempo, criando projetos onde esses dois elementos imateriais caminham lado a lado.
«Poder desenvolver projetos sem grandes limitações criativas ou financeiras é o que queremos para o nosso futuro»
O atelier Spaceworkers já recebeu inúmeras distinções, em Portugal e no estrangeiro. Há alguma que mais vos marcou?
Na realidade todas as distinções nos marcaram, pois aconteceram em fases diferentes do atelier, contudo, a primeira realmente importante foi o prémio Building of the Year 2015 com o projeto para a Casa de Sambade. É, talvez, a mais especial, pois foi a que nos deu mais alguma visibilidade nacional e internacional. Uma casa que, no mesmo ano, viria a ganhar um outro prémio: o A+ Award, promovido pela plataforma online Architizer.
Quando pensam num projeto arquitetónico o que idealizam?
Procuramos ter sempre como ponto de partida uma folha em branco, onde todas as ideias, por mais disparatadas que possam parecer, possam ser desenhadas e discutidas. Não gostamos de ter ideias pré-concebidas. Todos os clientes são diferentes, com personalidades diferentes, terrenos diferentes, mas no final querem coisas semelhantes.
Que caminho os arquitetos (Spaceworkers) querem percorrer no futuro?
Gostaríamos de poder chegar a outros clientes e mercados e ter a oportunidade de desenvolver projetos noutras partes do globo. Poder desenvolver projetos sem grandes limitações criativas ou financeiras é o que queremos para o nosso futuro.