O mercado da construção em Portugal e no mundo
Pedro Couto
Medicina dentária biológica
Miguel Stanley
Imobiliário – a conjuntura atual e o que podemos esperar
João de Sousa Rodolfo
Fundador e CEO da Traçado Regulador
2014 foi um ano de profundas alterações na legislação que regula o ordenamento do território e o urbanismo, com consequências já visíveis e outras que apenas serão aparentes a prazo.
A legislação então produzida fazia todo o sentido. Os censos de 2011 revelavam 770.000 casas devolutas, isto é, mais habitação do que famílias para as habitar.
A estratégia do governo passou, nesse caso, por limitar o crescimento dos aglomerados urbanos, publicando a nova lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo; por fomentar a reabilitação urbana, criando o primeiro decreto-lei que a colocava num patamar distinto da construção nova; pela criação do alojamento local, que dava um uso não permanente ao parque habitacional, possibilitando a sua reabilitação; e por aumentar a procura imobiliária através de atração de capitais e residentes estrangeiros.
Parecia tudo bem feito. Assistimos à reabilitação dos centros urbanos, ao alargamento da procura turística e a uma forte dinamização da economia. Mas o destino prega-nos partidas. A pandemia veio demonstrar que o teletrabalho não era apenas uma hipótese teórica, aumentando a procura de moradias na periferia das cidades. Contudo, os loteamentos cresciam sobretudo em espaço urbanizável, que agora deixa de existir. Por isso, os lotes disponíveis esgotarão num breve período.
Por outro lado, o fomento da procura imobiliária fez disparar os preços da construção, com uma indústria de construção incapaz de responder a todas as solicitações. Este aumento de preço foi reforçado pelo efeito da pandemia e, mais recentemente, pelo da guerra, com efeitos dramáticos nos custos energéticos e das matérias-primas. Quanto a este ponto, o mercado encarregar-se-á de reestabelecer o equilíbrio. Já quanto à escassez de lotes para moradias ou para edifícios de habitação coletiva, não se antevê qualquer alteração legislativa para breve, que possibilite novos espaços urbanizáveis.
A legislação então produzida fazia todo o sentido. Os censos de 2011 revelavam 770.000 casas devolutas, isto é, mais habitação do que famílias para as habitar.
A estratégia do governo passou, nesse caso, por limitar o crescimento dos aglomerados urbanos, publicando a nova lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo; por fomentar a reabilitação urbana, criando o primeiro decreto-lei que a colocava num patamar distinto da construção nova; pela criação do alojamento local, que dava um uso não permanente ao parque habitacional, possibilitando a sua reabilitação; e por aumentar a procura imobiliária através de atração de capitais e residentes estrangeiros.
Parecia tudo bem feito. Assistimos à reabilitação dos centros urbanos, ao alargamento da procura turística e a uma forte dinamização da economia. Mas o destino prega-nos partidas. A pandemia veio demonstrar que o teletrabalho não era apenas uma hipótese teórica, aumentando a procura de moradias na periferia das cidades. Contudo, os loteamentos cresciam sobretudo em espaço urbanizável, que agora deixa de existir. Por isso, os lotes disponíveis esgotarão num breve período.
Por outro lado, o fomento da procura imobiliária fez disparar os preços da construção, com uma indústria de construção incapaz de responder a todas as solicitações. Este aumento de preço foi reforçado pelo efeito da pandemia e, mais recentemente, pelo da guerra, com efeitos dramáticos nos custos energéticos e das matérias-primas. Quanto a este ponto, o mercado encarregar-se-á de reestabelecer o equilíbrio. Já quanto à escassez de lotes para moradias ou para edifícios de habitação coletiva, não se antevê qualquer alteração legislativa para breve, que possibilite novos espaços urbanizáveis.