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José Ribau Esteves

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João Nicolau de Almeida

Enólogo

O vinho traduz a sua paixão de mais de 40 anos de atividade na área vínica. É um «guerreiro vitivinícola até à reforma, que continua à procura do graal», assim nos referiu Nicolau de Almeida. A enologia seduziu-o, ainda muito jovem, pois ela entrou na sua vida de forma natural e por influência familiar paterna e materna. Em pequeno lavava as pipas em Gaia. Acompanhava o pai nas vindimas e nas andanças do tão famoso Barca Velha. Trabalhou, durante décadas, na Ramos Pinto, empresa da família da sua mãe. No ano de 1990 começa a fazer os vinhos Duas Quintas e Bons Ares, sem nunca deixar de parte a dedicação aos Vinhos do Porto Ramos Pinto, principalmente aos vintages da casa. João Nicolau de Almeida é natural do Porto, é formado na Universidade de Bordéus e foi nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes. Podia ter escolhido outra profissão, mas aceitou a corrente vínica da família e, atualmente, é vitivinicultor na Quinta Monte do Xisto.

João Nicolau de Almeida
É um dos rostos mais conhecidos em Portugal, na Enologia. É detentor de um vasto conhecimento na produção de vinhos de excelência. Qual é o segredo? 
Não há segredo nenhum!... Sempre trabalhei com curiosidade, vontade da descoberta, e entusiasmo, procurando sempre fazer o melhor vinho possível. Dediquei-me única e exclusivamente ao Douro, estudando os porta enxertos, castas, plantação, condução, mecanização da vinha e vinificação. Tentei aperceber-me de todo o percurso para chegar ao vinho. Acho que o segredo está em trabalhar…

Sempre esteve ligado a vinhos famosos. Hoje, na Quinta Monte do Xisto, juntamente com os seus filhos, procura produzir vinhos ainda mais distintos e únicos? 
Cada vez penso mais que a qualidade dos vinhos está relacionada com a vontade de compreender o que a terra e o local nos têm para oferecer de melhor, ou, por outra, o aprofundamento do conhecimento da natureza. Depois de uma fase de aplicação às novas tecnologias por via científica que, de certo modo, ajudaram, em muito, a modernização do Douro, fui, há uns anos, confrontado pelos meus filhos, que me propuseram novos métodos de abordagem da vinha e do vinho. Tentei perceber as questões que eles levantavam e cheguei à conclusão de que a via que me expunham era aliciante. A modernização, a mecanização, a evolução vitivinícola precisavam de uma franca adaptação ao terroir. Com este blend, modernização /tradição, conduzida pelos meus filhos, chegámos à produção biológica e biodinâmica. Dentro deste mundo mais natural e mais próximo da tradição, nasceu o vinho Quinta do Monte Xisto que desde a sua plantação nunca viu qualquer produto sintético, indo assim ao encontro do terroir da natureza.
«Fazer vinho de qualidade é como quem pinta um quadro ou compõe uma música»
O vinho é parte da sua vida. Beber um bom vinho é um ato de cultura?
Partilho as minhas energias com a família e com o vinho. Fazer vinho de qualidade é como quem pinta um quadro ou compõe uma música. Há que recorrer a um momento emotivo que realce os nossos sentidos, que nos leve acima do nosso estado comum, que nos dê, nos eleve, nos faça falar, comunicar, partilhar «In vino Veritas».

Que planos tem a família Nicolau de Almeida para o futuro? 
A família Nicolau de Almeida segue a sua intuição talhada ao longo dos tempos. Não existe uma fórmula, mas sim uma real dedicação e trabalho sério, responsável e honesto, dando o seu melhor. É assim que damos continuidade à família Nicolau de Almeida na Quinta Monte do Xisto.

Maria Cruz
T. Maria Cruz
F. Manuel Teixeira
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