Júlio Magalhães
José António Nunes (Zé Tó)
Joaquim Guerra
Cabeleireiro
Com vários salões na zona norte de Portugal, Joaquim Guerra, 69 anos, revela o seu grande segredo: estar sempre a par das novidades. Para este profissional, natural de Barrô, concelho de Resende, cada pessoa é uma peça única de um puzzle que ele tenta sempre construir. E deve ser tratada como tal. Sendo o cabelo a sua especialidade, cuida-o como se de uma obra de arte se tratasse, tendo o cuidado de adaptar sempre a moldura à paisagem. Consciente da responsabilidade que é ser hairstylist, procura nunca defraudar as expectativas dos seus clientes. E será pela sua capacidade de saber ler rostos que continua a ser um dos mais impactantes cabeleireiros da atualidade.
É um dos cabeleireiros mais reconhecidos no país. Como conseguiu obter esse estatuto?
Com muito trabalho, dedicação e amor à profissão. Estar sempre atualizado e atento às mudanças foi desde sempre a minha forma de trabalhar.
Em que medida a atenção que se dá ao cabelo evoluiu ao longo do tempo, desde que começou a sua atividade até aos dias de hoje? Tanto para os homens como para as mulheres?
Os cabelos perderam muito a função remota de proteção. Hoje, o cabelo denota força, situação social e poder. Na última década do século XX a moda tornou-se plural, acabou a ditadura dos estilos e segue-se mais o estado de espírito do que as tendências ditadas por grandes nomes. Surgem técnicas e produtos para resultados diferentes todos os meses. Hoje em dia, é tudo muito rápido, até porque gosto de trabalhar com o que há de melhor no mercado. Para conseguir acompanhar esse processo, tenho de me especializar constantemente. Embora hoje os homens tenham as mesmas preocupações que as mulheres, a calvície é sem dúvida um peso. A diminuição dos cabelos pode gerar ansiedade e stress.
«Hoje a moda a seguir é a que fica bem, a que combina com o rosto do cliente e com a qual ele se identifica»
No seu entender, o que é que realmente faz com que um cabelo esteja ‘na moda’?
Há espaço para todos os gostos. Hoje a moda a seguir é a que fica bem, a que combina com o rosto do cliente e com a qual ele se identifica. Este é o conceito de moda atual.
Um cabelo bonito e cuidado muda mesmo a autoestima de alguém?
O cabelo é a moldura do rosto, o que altera bastante a aparência. Por isso, um cabelo bonito e saudável aumenta sem dúvida a autoestima, principalmente a feminina. Nada que não se resolva no salão de cabeleireiro com hidratação, um corte ou cor e até algumas dicas sem que com isso seja necessário gastar muito dinheiro.
Porque é que é importante confiar no ‘nosso’ cabeleireiro?
É importante que os profissionais sejam reconhecidos pela sua arte. Sentir confiança no cabeleireiro é essencial. 76% das portuguesas confia no aconselhamento do seu cabeleireiro, pois ele compreende melhor o que a cliente deseja. Os salões são espaços de experiências e emoções, onde as pessoas valorizam a dedicação, a empatia e a cumplicidade.
Como se caracteriza enquanto profissional?
Apesar da minha inicial formação clássica, considero-me um vanguardista. A cliente de hoje é informada e com pouca disponibilidade de tempo; deposita no hairstylist as suas expectativas, que não podemos defraudar. Procuro estar sempre na vanguarda para servir melhor o cliente.