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Dias difíceis, dias de aprendizagem

Maria Emília Brederode Santos

Presidente do Conselho Nacional de Educação

Maria Emília Brederode Santos

Que lições retirar para o futuro da Educação deste período dito de confinamento?
No lado positivo, registem-se as respostas rápidas e abrangentes que tanto as autoridades governamentais como toda a sociedade - em especial escolas, professores, alunos e famílias - foram capazes de dar, revelando: atenção a necessidades básicas; solidariedade na oferta de equipamentos e material didáctico por parte de autarquias e empresas; entreajudas de vizinhos, amigos ou simples concidadãos; e a implementação de um sistema de ensino à distância pelas escolas e professores. Uma magnífica lição do que uma orientação racional - assente em dados científicos, em preocupações sociais e na auscultação de todos - pode conseguir; da generosidade e solidariedade de que a sociedade ‘civil’ é capaz; e da capacidade de organização, dedicação e resposta pronta de directores e professores.
Por outro lado, o encerramento das escolas e sua substituição por formas de ensino à distância veio dar maior visibilidade a problemas que já existiam na sociedade portuguesa e mesmo agravá-los: as desigualdades, económicas e culturais, tornaram-se muito mais evidentes – na inexistência ou insuficiência do equipamento necessário ou na impossibilidade da sua manutenção, sobretudo em situações de cada vez maior incerteza e precariedade. Pior: que pais terão a disponibilidade e a possibilidade de ajudar os filhos não só a movimentarem-se nas várias plataformas digitais usadas pelas escolas como na concretização de trabalhos por vezes excessivos e inadequados aos alunos e à situação? Se nalgumas famílias se desenvolveu uma interessante aproximação, noutras a situação criou tensões e ansiedades desnecessárias e negativas.
Daqui se retirará a ‘lição’ de uma necessária formação tecnológica e pedagógica em ensino e aprendizagem à distância de jovens e adultos - designadamente professores.
Esta situação relaciona-se com outra que a crise veio evidenciar: uma concepção pouco flexível do que é a aprendizagem e do que é importante aprender. Terá existido por vezes uma preocupação excessiva com o cumprimento de programas e com a reprodução à distância das aulas presenciais. Ora, a comunicação estabelecida pelos professores com os seus alunos foi muito importante mas mais pelo apoio sócio emocional que proporcionou e pela manifestação de valorização dos alunos e da sua educação.
O ensino à distância será certamente mais utilizado no futuro, complementarmente ao ensino presencial, mas requererá o estudo das suas potencialidades e limites e a capacidade dos professores para se colocarem na pele – e na cabeça – dos seus alunos e para desenvolverem a sua autonomia.
Uma outra ‘lição’ a retirar: a necessidade de promover uma reflexão sobre as finalidades da educação e de como estas podem ser prosseguidas de formas e com métodos muito diferentes, tendo sempre em conta o aluno e a sua circunstância.

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