Pedro Rebelo de Sousa
Ramalho e Manuela Eanes
Rita Soares
CEO Herdade da Malhadinha Nova
Nasceu em Lisboa e foi também na capital que concluiu a sua formação superior em Educação. Rumou ao Sul e adiou a carreira da área de formação para se dedicar à gestão da Garrafeira Soares, um negócio de família, hoje a maior empresa de distribuição de vinhos e bebidas espirituosas do Algarve. Foi também em família que, em 1998, adquiriu uma propriedade no Alentejo. Atualmente, a Herdade da Malhadinha Nova, para além de se dedicar a muito mais do que aquilo a que se propôs, tem cumprido o seu desígnio de forma exímia e apaixonante: produzir vinhos de elevada qualidade.
A Herdade da Malhadinha Nova nasce de um sonho da família Soares da qual a Rita faz parte. Que circunstâncias fizeram de 1998 o ano ideal para encetar o projeto?
O ano de 1998 foi realmente muito especial, marcado pelo nascimento da nossa primeira filha. Hoje mais dois sobrinhos completam a nova geração da família. Foi também em 1998 que a família reuniu condições para realizar o investimento, com a compra da propriedade. Foi nesse mesmo ano que toda a família se comprometeu a dedicar a sua energia, esforço, entusiasmo e paixão a um novo projeto de vida.
Como definiria os vinhos da Herdade da Malhadinha Nova?
O trabalho na vinha em regime 100% orgânico, o respeito pelo terroir e a constante aposta no estímulo da biodiversidade na vinha, a monda de cachos em verde, a vindima manual, noturna apenas, a vinificação na adega que funciona por gravidade, a pisa a pé em lagares, a aposta na introdução da fermentação com leveduras indígenas, são alguns dos detalhes que diferenciam os vinhos da Herdade da Malhadinha Nova e que refletem a filosofia de vida de quem os cria.
Os rótulos são desenhados pela geração mais jovem da família. É uma forma de a integrar no projeto?
A Francisca nasceu em 1998, ano da aquisição da propriedade; em 2001, simbolicamente plantou a primeira cepa. A ideia de desafiar a Francisca a desenhar o primeiro rótulo foi, em primeiro lugar, uma forma de transmitir a paixão da família e o seu compromisso em produzir vinhos muito especiais; em segundo lugar, pelo desejo de ligar a nova geração à evolução e desenvolvimento de um projeto de vida.
«Foi nesse mesmo ano (1998) que toda a família se comprometeu a dedicar a sua energia, esforço, entusiasmo e paixão a um novo projeto de vida»
Para além dos vinhos, que outras valências tem a Herdade?
Para além dos vinhos, área principal do projeto, a Herdade dedica-se à produção de azeite, à pecuária, com a produção de vaca Alentejana DOP, de porco preto também DOP, de ovelha de raça merina branca e preta igualmente DOP (todas as raças produzidas na Herdade são autóctones), à criação do cavalo puro-sangue Lusitano e ao Turismo, com um restaurante e um hotel de charme.
Quais serão os próximos passos no sentido de fazer crescer o projeto?
Estamos neste momento numa fase de expansão e ampliação do projeto de Turismo, com a recuperação de várias ruínas existentes na propriedade. O objetivo é o de oferecer um conceito de turismo de luxo que privilegia o contacto com a natureza e o tempo, como um dos recursos mais escassos da humanidade. A ampliação e modernização da adega será a próxima aposta e investimento.