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Rui Costa

CEO da Orgal

Formou-se em Engenharia Civil, mas o negócio familiar acabou por falar mais alto na hora de escolher uma profissão, pelo que os estudos se estenderam também à Engenharia Gráfica. Está desde 1989 na Orgal, uma empresa fundada em 1969 pelos seus pais, Orlando Costa e Maria Helena Costa, tendo agora a direção nas mãos. O orgulho no trabalho feito é evidente, assim como a admiração pelas inovações a que já assistiu numa área em constante mutação, onde a palavra prazo tem de concordar com a palavra perfeição. Uma dedicação que, com certeza, justificou a escolha do lema «artes gráficas com emoção».     
Rui Costa
Como é fazer parte de uma profissão tão antiga como a de impressor?
Só faço parte por causa dos meus pais. Dá-nos a oportunidade de conhecer pessoas e empresas ou atividades que nos surpreendem, do mais variado que se possa imaginar, e é muito recompensador em alguns casos.

Guarda alguma nostalgia por máquinas e técnicas antigas do mundo da impressão?
A Orgal está a completar 50 anos e eu acompanhei a maioria. Assisti a grandes transformações tecnológicas que nos permitem trabalhar melhor, com mais precisão e com resultados quantificáveis. Apesar de ser apaixonado por artes como a pintura ou a escultura, prefiro a indústria gráfica às artes gráficas, se calhar pela costela de engenharia. Acho que, mesmo assim, considerando esta uma indústria, podemos trabalhar com paixão e emoção em cada trabalho ou na relação com os clientes, que se tornam mais próximos e fazem valer a pena estarmos aqui.

Qual é o maior desafio neste ramo de atividade?
Todos os trabalhos são únicos, não se pode produzir para stock, e o trabalho de determinado cliente não serve para outro. Estes desenvolvimentos tecnológicos são principalmente utilizados para produzir em menos tempo, acabando por prejudicar a qualidade do trabalho final quando devia ser para a melhorar. O desafio é conseguir produzir sem defeitos e com a máxima qualidade; termos orgulho quando vemos um trabalho feito por nós; e dizer aos nossos filhos ou amigos que fomos nós que o fizemos.
«Apesar de ser apaixonado por artes como a pintura ou a escultura, prefiro a indústria gráfica»
Como se relaciona um impressor com um livro ou uma revista quando chega a casa, depois de um dia de trabalho?
Normalmente, é em casa que podemos desfrutar do trabalho final que nos passa pelas mãos. Gosto muito de livros, nunca me farto de olhar para eles.

Ainda acredita que os suportes digitais vão eliminar o papel ou esse prognóstico perdeu validade?
Não sei, no último estudo que vi dos Estados Unidos, o crescimento do digital tinha abrandado e os livros tradicionais estavam a crescer. Entretanto, haverá uma nova geração e depende da sua atitude em relação aos livros. Se calhar, vão acabar tanto em digital como em papel. Temos clientes que tinham deixado de fazer catálogos porque tinham tudo disponível no site e agora voltam a produzir catálogos. Certo é que o papel é a matéria-prima mais reciclável de que dispomos e, quando é gerida de maneira correta, é completamente sustentável. Podemos dizer que todo o papel utilizado na Europa preenche estes requisitos. É, aliás, uma das nossas preocupações e, por isso, somos certificados pelo FSC e PEFC.
T. Sérgio Gomes da Costa
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